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quarta, 17 de dezembro de 2025
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Pesquisa sobre bicicletas compartilhadas leva aluno da USP à Holanda

Gabriel Campanelli Iamato foi um dos cinco alunos da USP selecionados para apresentar seu projeto na University College Groningen; iniciativa foi promovida pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação da USP

02 Jul 2025 - 06h50Por Jessica Carvalho R.
“O objetivo do evento não foi apenas apresentar os trabalhos desenvolvidos no Brasil, mas também inspirar estudantes estrangeiros a realizarem intercâmbios na USP”, relata o estudante Gabriel Iamato | Crédito da imagem: Arquivo pessoal - “O objetivo do evento não foi apenas apresentar os trabalhos desenvolvidos no Brasil, mas também inspirar estudantes estrangeiros a realizarem intercâmbios na USP”, relata o estudante Gabriel Iamato | Crédito da imagem: Arquivo pessoal -

Uma pesquisa de iniciação científica sobre o sistema de bicicletas compartilhadas em São Paulo levou o estudante Gabriel Campanelli Iamato, do curso de Bacharelado em Ciência de Dados do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, a apresentar seu trabalho na Holanda. Ele foi um dos cinco alunos da Universidade selecionados para participar do Project Presentation Day , realizado dia 16 de junho na University College Groningen (UCG) , no norte do país.

O evento internacional é fruto de uma colaboração entre as pesquisadoras Nathália Helena Azevedo , do Instituto de Biociências , e Adriana Mattos , da UCG, e teve como proposta promover o intercâmbio de experiências entre estudantes brasileiros e estrangeiros. Ao todo, cinco alunos da USP foram selecionados para apresentar seus trabalhos, após conquistarem menção honrosa no 32º Simpósio Internacional de Iniciação Científica da USP (SIICUSP), ocorrido em março deste ano. "Logo depois, recebi um e-mail informando que alunos premiados no Simpósio poderiam se inscrever para apresentar seus trabalhos em Groningen. Fiz a inscrição com um resumo explicando o caráter interdisciplinar da pesquisa e passei por uma entrevista em inglês", relata Gabriel.

Representando a USP no exterior – Além de apresentarem seus trabalhos na instituição holandesa, os alunos da USP realizaram uma retrospectiva acadêmica e visitas ao University Medical Center Groningen , ao Zernike Campus e aos diferentes departamentos da Universidade de Groningen .

Durante as atividades, Gabriel pôde trocar experiências com pesquisadores de países como Peru, Romênia, México e Holanda, além de conhecer pesquisadores brasileiros que atuam na UCG. "Foi uma experiência única e transformadora. Meu sonho sempre foi viajar pelo mundo, conhecer novas culturas, algo que parecia distante porque venho de família humilde. Ter essa chance pela USP foi algo gigante pra mim", comemora.

Após essa experiência, Gabriel considera continuar pesquisando e pensa, inclusive, em realizar o mestrado ou doutorado no exterior: “A pesquisa é muito valorizada e bem estruturada lá fora, voltei inspirado e quem sabe meu caminho seja eu tornar professor, que era um pouco do meu sonho na infância”.

Os custos de passagem aérea, hospedagem, transporte local e alimentação foram totalmente cobertos pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (PRPI) da USP. "Foi tudo muito bem organizado. Tínhamos apenas um dia livre e aproveitamos para explorar um pouco a cidade", relata Gabriel, que comprou visitar o Museu Universitário . “Tinha uma exposição sobre o cérebro humano, além de algumas curiosidades históricas da universidade”, completa.

Do que se trata a pesquisa – O projeto apresentado por ele faz parte da iniciativa BikeScience , vinculada ao Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP, e foi orientado por dois professores: Higor Amario de Souza , da Unesp de Bauru, e Fábio Kon , do IME, que viabilizaram uma bolsa de pesquisa ao estudante.

O trabalho analisou mais de 200 estações do sistema de bicicletas da cidade de São Paulo, cruzando informações como infraestrutura cicloviária, estações de transporte público e pontos de interesse, como hospitais, escolas, restaurantes e parques. “A ideia era entender o que faz uma estação ter mais ou menos uso e, a partir disso, contribuir para decisões estratégicas de expansão do sistema”, explica.

A partir desses dados, Gabriel aplicou técnicas de análise estatística e usou ferramentas computacionais como Python para gerar mapas e visualizações interativas. "A pesquisa possibilitou identificar áreas de maior interesse populacional e regiões de grande volume de viagens. Com isso, poderemos sugerir novos locais de instalação de estações", destaca.

Gabriel ainda declarou, durante a apresentação na Holanda, que os resultados obtidos em São Paulo podem ser adaptados para outros sistemas de mobilidade urbana, como o OV-fiets , da Holanda. “A minha pesquisa vai continuar evoluindo e incorporando novos elementos à análise, como uso do solo, relevância (declividade) e densidade populacional”, afirma. Ele também pretende aprimorar o modelo para depois recomendar novos pontos de instalação de estações de bicicletas na capital, de forma ainda mais precisa e eficaz.

Assessoria de imprensa

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