A cientista política Gleidylucy Oliveira: ". É positivo porque aumenta o emprego formal no Brasil, mas ainda é desafiador já que a maior parcela da população brasileira é negra" - Crédito: divulgaçãoA ocupação entre mulheres negras no Estado de São Paulo cresceu 4% no segundo trimestre de 2025, em comparação com o mesmo período de 2024, segundo análise da Fundação Seade. O número estimado de ocupados negros era de 10,5 milhões no 2º trimestre de 2025, com aumento de 2% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, tendo se elevado 1% para os homens.
Para o total de não negros, o crescimento foi de 2%, tanto para as mulheres quanto para os homens, que juntos somavam 13,8 milhões de ocupados. Mesmo em relação aos rendimentos, houve importantes melhorias, especialmente para a população negra.
O mercado de trabalho é bem distinto para as populações em idade ativa negra e não negra, sendo que, no Estado de São Paulo, correspondiam a 16,2 milhões e 22,1 milhões de pessoas, respectivamente, no 2º trimestre de 2025.
A população economicamente ativa, composta por ocupados e desocupados, era de 11,1 milhões de pessoas negras e 14,4 milhões não negras. Os negros representavam 43% dos ocupados e 49% dos desocupados no Estado, resultando em uma taxa de desocupação 1,2 ponto percentual maior do que a dos não negros (5,8% e 4,6%).
A inserção ocupacional dos negros, em posições de maior vulnerabilidade, implica rendimentos 61% menores, em média, do que os dos não negros. Entre as mulheres negras, tal diferença é ainda mais marcante, destacando-se que no 2º trimestre de 2025 elas obtiveram rendimentos 47% inferiores aos dos homens não negros.
Feitas tais considerações, cabe destacar, porém, que os resultados gerais da comparação tanto com o 2º trimestre de 2024 quanto com o de 2019 (ano imediatamente anterior ao da crise ocasionada pela pandemia de Covid-19) foram positivos.
A professora-doutora Gleidylucy Oliveira, cientista política e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política (PPGPol/UFSCar), afirma que, apesar de os números parecerem positivos, revelam que alguns problemas persistem.
“O acréscimo de 2% também foi sentido no grupo de trabalhadores brancos, mantendo a distância. É positivo porque aumenta o emprego formal no Brasil, mas ainda é desafiador, já que a maior parcela da população brasileira é negra (pretos e pardos) e eles ainda ocupam as maiores taxas de desemprego e emprego informal”, destaca ela.





