Arcoville: sonho pode se tornar um pesadelo - Crédito: DivulgaçãoAs mais de novecentas e oitenta famílias que compraram lotes do Arcoville, localizado na região do Jardim Embaré prometem um manifesto para às 10h deste domingo, 13, no bairro e devido aos problemas que afirmam passar e não descartam a possibilidade de acionar o Ministério Público.
Os motivos alegados pelas famílias é que faz quatro anos que esperam a entrega dos lotes e o que mais preocupa é que o Grupo Cem, responsável pelo empreendimento, estaria cobrando juros que deverá ser quase impossível para os compradores pagarem.
Desta forma, segundo as famílias, o sonho da casa própria pode se tornar um pesadelo. Na maioria dos casos, garantem, neste período a parcela mensal teria dobrado.
Em um dos casos, uma das famílias informou que a parcela que era de R$ 543,20 e foi para R$ 792,10 em um ano. Há quatro anos, a parcela era de R$ 368,00 “Dobrou em quatro anos. Acho que 90% das famílias estão com esse problema”, comentou um dos moradores.
O DRAMA DE UMA FAMÍLIA
O São Carlos Agora localizou uma das famílias que adquiriu um lote de 10 por 20 metros em busca do sonho da casa própria. O gerente de supermercados Anderson Luís da Silva, 31 anos, não esconde a preocupação. Casado com Juliana e pai de Pedro, de 11 anos, reside com a mãe no Jardim Coqueiros para não necessitar pagar aluguel e o dinheiro economizado aplica justamente nas parcelas do lote adquirido junto ao Grupo Cem.
“É o sonho da nossa casa própria. Fiquei três dias e três noites na fila para conseguir o lote em 2016. Dei R$ 2,5 mil de entrada e a mensalidade começou com R$ 368 e anualmente seriam reajustadas. Em 2020, elas já estão em R$ 580 por mês e em dezembro será atualizada, devendo bater na casa dos R$ 790. Um aumento mensal de R$ 192. Um amigo contador fez uma projeção e disse que daqui há quatro anos, se continuar neste ritmo, a mensalidade pode chegar aos R$ 4 mil. Assim ficará inviável a gente conseguir ter nossa casa”, relatou Anderson.
MENSALIDADES CARAS E SEM LOTE
Além das dificuldades em pagar as mensalidades dos lotes, Anderson afirmou que o Grupo Cem ainda não cumpriu a promessa e deixou de entregar os terrenos. Inicialmente a previsão é que teriam posse em 2018 e depois foi postergado para 2020.
“Estamos em dezembro e ainda não conseguimos a escritura. Os responsáveis do Grupo Cem dizem que há ‘um conflito’ com a Prefeitura Municipal e por isso não conseguem cumprir o prometido”, disse. “Mas enquanto isso não acontece, vivemos um pesadelo, pois o preço da mensalidade a gente considera abusivo. Tanto é que 600 famílias entraram na Justiça com uma ação coletiva para que o contrato seja refeito. Em 2021, poderemos ter uma recessão e nada impede que a parcela possa superar R$ 1 mil. Assim a gente não tem como pagar”, esbravejou o gerente de supermercado.
MANIFESTO
Para mostrar a indignação pela realidade que passam, Anderson disse que existe a possibilidade do Ministério Público ser acionado no caso e disse ainda que neste domingo, a partir das 10h, as 989 famílias que adquiriram lotes irão protestar no bairro.
Devido a pandemia da Covid-19, foi convocado um representante de cada família. “Todos irão usar máscaras, manter o distanciamento exigido pelas autoridades sanitárias e estaremos levando álcool em gel. Queremos lutar pela nossa dignidade e o direito da nossa casa própria. Mas com parcelas justas”, finalizou.
RESPOSTA GRUPO CEM
O Residencial Arcoville trouxe um novo padrão de qualidade imobiliária para a cidade de São Carlos. Com localização privilegiada e grande potencial de valorização é inquestionável que se trata de um empreendimento sólido e confiável. Ocorre que após a aprovação de todo o projeto, início das obras e conclusão de todas as etapas de vendas, a loteadora foi surpreendida por novas exigências de melhorias na estrutura física do loteamento. O objetivo das novas obrigações foram para beneficiar moradores de empreendimentos e bairros vizinhos – Jardim Vista Alegre, Jardim Embaré, MRV Monte Athos, Jane Valério e Build.





