
O promotor do Meio Ambiente e Urbanismo, Flávio Okamoto, afirmou, em entrevista exclusiva ao SÃO CARLOS AGORA, que a coleta seletiva de lixo de São Carlos de forma definitiva e organizada deve começar em 2026. Segundo ele, devido a um inquérito civil do Ministério Público cobrando esta ação do governo municipal, o SAAE está atendendo a um TAC assinada ainda nos anos 2000, e contratou o Plano Municipal de Coleta Seletiva, que é o ponta pé inicial para a implementação do projeto a partir do próximo ano.
“Tenho uma boa notícia para a cidade de São Carlos sobre a coleta seletiva de lixo. Nós temos um inquérito civil em andamento, uma investigação sobre as razões da não realização da coleta seletiva em São Carlos desde a época do prefeito Newton Lima, que, inclusive à época assinou um TAC com a Promotoria com a Prefeitura se comprometendo a realizar a coleta seletiva em 100% da cidade. E agora, em 2025, finalmente conseguimos finalmente com que o SAAE contratasse uma empresa especializada para fazer o Plano Municipal de Coleta Seletiva”, explica Okamoto.
OITO MESES - De acordo com o promotor, o projeto está em andamento e o prazo de entrega do projeto é de oito meses. “Então, até o final do ano nós devemos ter algumas audiências públicas e a Promotoria fez questão de garantir que nestas audiências públicas, as sugestões da população sejam realmente levadas em consideração e até o final do ano a gente vai ter então este plano que vai dizer como será realizada a coleta seletiva, quem vai fazer a coleta seletiva porta a porta, como vai funcionar as empresas ou as cooperativa que vão operacionalizar o sistema prestando este serviço, vamos definir se haverá central de triagem, como vão funcionar os ecopontos”, comenta.
Ele destaca ainda que está otimista quanto a realização deste projeto tão importante para o meio ambiente e que já é uma realidade em cidades com muitos menos tecnologia e capacidade técnica que São Carlos, um centro universitário e econômico muito importante. “Então, tudo isso será analisado até o final do ano e, se tudo der certo, para o ano que vem já deveremos ter a implantação da coleta seletiva de forma gradual até atingir os 100% da cidade”.
POLÍTICA DE RESÍDUOS SÓLIDOS - A política sobre resíduos sólidos brasileira (Lei 12.305, de 2010) é considerada uma das melhores do mundo no seu setor. A coleta seletiva, um dos seus objetivos, otimiza manejo do lixo, traz benefícios ambientais e pode também ter fins econômicos e sociais. A separação correta dos materiais descartados aumenta o potencial de reciclagem.
Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o Brasil produziu 78,3 milhões de toneladas de lixo em 2016. Em pouco mais de dois terços dos municípios brasileiros, ele passou por alguma forma de coleta seletiva, para que cada substância fosse reaproveitada ou descartada apropriadamente.
Esse processo emprega entre 800 mil e 1 milhão de catadores no país, estima o Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR). A maioria desses profissionais trabalha na informalidade, e se organiza em cooperativas que fazem parcerias com os serviços municipais de coleta.
“O lixo tem valor. Quanto melhor a separação do resíduo, mais ele rende. Quando ele se mistura, deixa de ser reciclável e deixa de criar renda. Vai para um lixão, que prejudica a natureza, ou um aterro, que gasta dinheiro”, resume a professora Tereza Cristina Carvalho, do Laboratório de Sustentabilidade da Universidade de São Paulo (USP).
Segundo a Abrelpe, 91% do lixo produzido no Brasil em 2016 foi coletado, não necessariamente de forma seletiva, e 7 milhões de toneladas de resíduos sólidos foram simplesmente despejadas no meio ambiente. (Com informações da Agência Senado)

COLETA SELETIVA
Projeto fundamental muito para o meio ambiente, a coleta seletiva é a separação dos resíduos sólidos secos conforme a sua composição: papel, plástico, metal ou vidro para destinação correta.
Coleta seletiva é o nome que se dá ao ato de de separar os resíduos sólidos secos de acordo com o material predominante em sua composição: papel, plástico, metal e vidro. Trata-se de uma prática que pode ser realizada individualmente, em casa, ou em espaços coletivos mediante o descarte do lixo nos coletores identificados a partir de um esquema de cores padrão. Cada cor indica a destinação de um tipo de material. No território brasileiro, o padrão foi estabelecido pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
No total, a resolução contempla dez cores distintas. São elas: azul (papel e papelão), vermelho (plástico), verde (vidro), amarelo (metal), laranja (resíduos perigosos), roxo (resíduos radioativos), marrom (resíduos orgânicos), branco (resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde), cinza (resíduos gerais não recicláveis ou misturados e resíduos contaminados que não puderam ser separados) e preto (madeira).
Os benefícios da coleta seletiva incluem a limpeza urbana, a preservação dos recursos naturais e a qualidade de vida da população.
É possível realizar a coleta seletiva em casa, a partir da limpeza e separação do lixo doméstico seco, destinando-o a alguma cooperativa de reciclagem.
Com isso, é dado o destino correto ao lixo, uma vez que cada tipo de material é descartado em um compartimento específico. Os compartimentos mais comuns, e que imediatamente associamos à coleta seletiva, são os coletores de lixo de cores variadas indicando o lugar correto para depositar cada um dos materiais descritos anteriormente.
Tanto as empresas coletoras de lixo, responsáveis pela limpeza urbana, podem fazer a coleta seletiva quanto a população. No segundo caso, o processo é feito nas residências e também nas ruas, descartando o lixo da maneira apropriada nos coletores, conforme o código de cores que descrevemos a seguir.
COLETA SELETIVA EM CASA
A separação do lixo por materiais é uma tarefa simples que pode ser realizada em casa. Realizar a coleta seletiva em casa é uma tarefa muito prática e benéfica para o meio ambiente e para o bem-estar coletivo. Para que esse processo seja feito de maneira adequada e eficiente, é preciso estar atento a algumas etapas importantes que devem ser seguidas:
Lembre-se de que a coleta seletiva é feita apenas com os resíduos sólidos secos, como garrafas, caixas de papelão, latas, embalagens plásticas, jornais, revistas e outros. O material úmido deve ter outro destino.
Verifique quais são os materiais passíveis de reciclagem e quais são aqueles que devem ser diretamente descartados, isto é, que não são recicláveis. Esse cuidado é importante para a destinação correta do lixo.
Realize a limpeza do material antes do descarte, eliminando resíduos orgânicos e outros tipos de substâncias para evitar mau cheiro, proliferação de insetos ou mesmo a deterioração do conteúdo descartado. No caso de objetos engordurados (como caixas de alimentos), que não podem ser totalmente limpas, coloque-as juntas em um saco ou embalagem específica, sem contato com o restante do lixo seco.
Utilize diferentes compartimentos para a separação do material de acordo com a sua composição, fazendo o maior número de divisões possível (papel, papelão, plástico, metal, alumínio, etc.).
Embale muito bem, dando preferência a sacos não biodegradáveis e/ou recicláveis.
Pesquise por locais que façam o recebimento de descartes provenientes da coleta seletiva realizada em casa ou ainda encaminhe para cooperativas de reciclagem em sua cidade ou região.
DIFERENÇAS ENTRE COLETA SELETIVA E RECICLAGEM
Coleta seletiva e reciclagem são conceitos que estão diretamente relacionados, mas correspondem a processos distintos. Enquanto a coleta seletiva corresponde à separação propriamente dita dos resíduos sólidos que seriam descartados, a reciclagem representa todo um conjunto de procedimentos que tem como principal objetivo a transformação dos materiais descartados em novos produtos e matérias-primas.
Nesse sentido, a coleta seletiva promove a separação dos materiais de acordo com a sua composição, destinando-os à reciclagem, isto é, ao processo de transformação e reúso. Assim, podemos dizer que a coleta seletiva precede a reciclagem.