Duda Carvalho e César Cass: "fizemos o último Baile do Jeans na ABASC e foi um dos clubes que nos marcou bastante, bebemos muito desta fonte" - Crédito: SCA
A Banda Quinta Avenida nasceu em 1986 e completará quarenta anos no próximo ano. Ele afirmou que a primeira apresentação se deu em 1976. Na última quinta-feira, o guitarrista e cantor Duda Carvalho e o ex-baterista e hoje administrador da banda, César Cass estiveram participando do SÃO CARLOS AGORA ENTREVISTA e contaram a história da banda que já tocou no São Carlos Clube, no ítalo, NO Country Club, e na antiga ABASC.
Ele comentou que durante um tempo, além dos bailes os integrantes cantavam em barzinhos. “Nos apresentamos no Café Concórdia, no Extra Bar e até em algumas noites de pizza na Escola Álvaro Guião nós acabamos tocando. A gente conseguia uma grana com vários shows e investia no projeto Netos de Lázara. Veja entrevista completa em vídeo neste link.
Durante todos estes anos, os cabeças da banda geraram um trabalho autoral. Assim, se embrenharam em duas aventuras. A primeira se deu em 1993, quando participaram do I Music Record, festival de MPB da TV Record de França, quando houve a gravação da canção “A Janela de Natanael”, de autoria de Duda de Carvalho, interpretada pela banda Netos de Lázara, que nasceu de integrantes da 5ª Avenida.
Para interpretar a música na grande final do festival, em Poços de Caldas, o pessoal do Netos de Lázara decidiram emprestar um sino de verdade. E foi o Padre Agnaldo, do Educandário que cedeu o sino que tinha o papel de dar apenas uma badalada no trecho da música que diz: (...) “Quando o final da igreja, por trás do silêncio” (...). O sino era muito pesado, mas foi fundamental para fazer a percussão que nós criamos. No final de tudo um jurado nos perguntou o porque de ter um trabalhão de carregar aquele sino para usá-lo com apenas duas badaladas. Respondemos que era necessário para colocar em prática o que planejamos. .
Em 1998 o Netos de Lázara grava um CD numa época em que conseguir gravar as músicas em uma mídia física era uma verdadeira epopeia. E assim conseguiram registra o trabalho inédito com 12 canções com direito a um lançamento oficial do disco em um show no SESC São Carlos.
Em 2002, após um longo período do trabalho está dividido em duas frentes, César e Duda decidem acabar com o projeto Netos de Lázara, colocando o foco em 100% na 5ª Avenida.
A 5ª Avenida, que já chegou a ter mais integrantes, agora tem 8, que são os quatro músicos e mais dois casais de bailarinos. “A pandemia mudou muita coisa no cenário da música. Principalmente porque achamos que era um problema que iria passar logo e continuamos mantendo nossa folha de pagamento para tentar honrar com todos os compromissos, pensando que iríamos voltar aos palcos num período curto. Tínhamos cerca de 18 formaturas fechadas. O show estava grande, diferenciado e a demanda era enorme. Tínhamos de 12 a 14 pessoas no palco, entre músicas e dançarinos. Nós subestimamos a pandemia, como muitos o fizeram”, comenta Cass.
Ele comentou sobre o ônibus e a carreta que a banda chegou a ter. “Temos agora outro ônibus, mas, infelizmente, a carreta, o cavalo e parte do equipamento a pandemia levou”, destaca Carvalho.
Duda afirmou que a ideia dele e de Cass sempre foi de um show da banda com contornos teatrais e até hollywoodianos. “Nunca foi só a música. Pensamos em algo além disso, baseados em aberturas de filmes. Então a coisa teatral poderia agregar com dança, música, luz e outras coisas”, comenta. E Cass complementa. “Nós queríamos apresentar um produto diferente no mercado. Música por música já víamos bandas e artistas apresentarem uma qualidade excepcional. Então ficamos ficamos quebrando a cabeça para oferecermos algo fora da caixinha, algo mais raro, menos trivial e mais atrativo com algum diferencial. Queríamos ser uma banda que depois do baile todos lembrassem da gente. O palco nunca ficava vazio com a gente”.
Ele cita que a Banda Blitz, o rock dos Anos 1980, e os grandes bailes da ABASC também serviram de motivação. “O Bertinho divulgava, a partir de março, com cartazes na frente das bandas que iriam tocar o ano todo. Como macacos de auditório que éramos, íamos ver se tinha novidade sobre figurino e equipamentos. Fomos nos deleitando com o passar do tempo, vendo exímios profissionais e bebendo desta água. Então, decidimos encher os olhos do público com a dança. Não consigo ver o 5ª Avenida sem o corpo coreográfico e toda a festa que apresentamos”, destaca.
Atualmente, a banda é formada por dançarinos de Boa Esperança do Sul e de Araraquara e a comunicação e os ensaios se dão através de redes sociais pela internet. “Outro detalhe é que4 temos que fazer um investimento razoável em figurino. Temos que somar o figurino com a música que está tocando e temos vários ritmos diferentes. O pessoal espera que os trajes de samba, rock, forró, sertanejo, dance, pop, reggae, são todos diferentes. Não temos com manter a dança do começo ao fim com o mesmo figurino. O povo quer mudanças de cores e trajes”, explica.
Segundo ele, para fazer um trabalho no Rio de Janeiro, a banda teve que se atualizar no funk. “Se perguntarem se eu curto, não, eu não curto, mas tenho o maior respeito pelo meu contratante e fizemos o melhor”, comenta Cass. “Já chegamos a tocar músicas que fizeram sucesso no Tic Toc com milhões de visualizações, mas que nunca tocou em emissoras de rádio”, complementa Duda.
Os músicos afirmam que entre as músicas mais pedidas estão “Boate Azul”, “Evidências” e um pout-pourri de Legião Urbana, que inclui “Faroeste Caboclo”. Ele citou que uma bailarina de Matão, Camila Assunção, de Matão, que esteve no 5ª Avenida durante cinco anos, depois esteve no show “Cabaré” de Leonardo e Eduardo Costa, trabalhou também no Raça Negra e hoje atua com o cantor Belo, além de ter sido bailarina do Faustão na Rede Globo.
Segundo Cass, o pop rock dos anos 1980, assim como os clássicos como Beatles, Rolling Stones, Gil, Caetano e tantos outros foram as grandes influências dos integrantes da banda.





