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quarta, 17 de dezembro de 2025
"Sem ter para onde correr"

Academias podem encerrar atividades em São Carlos

Proprietários afirmam que não possuem mais condições de arcar com as despesas com os estabelecimentos fechados

17 Mar 2021 - 12h23Por Marcos Escrivani
Academia vazia: proprietários temem fechamento de espaços em São Carlos. “Não conseguimos suportar as contas sem ter um faturamento”, disse Fabiano - Crédito: Marcos EscrivaniAcademia vazia: proprietários temem fechamento de espaços em São Carlos. “Não conseguimos suportar as contas sem ter um faturamento”, disse Fabiano - Crédito: Marcos Escrivani

“Não temos para onde correr. Temos obrigações para cumprir e contas à pagar. Mas não temos faturamento. Os governos (estadual e municipal) nos obrigam a praticar o lockdown, mas não retiram nenhum tipo de tributo. O dinheiro não dá em árvore. Caso tivéssemos ajuda governamental, ficaríamos parados o tempo necessário. Respeitamos a dor das pessoas que perderam entes queridos, mas precisamos trabalhar”.

Com esta frase, Fabiano Palombo dos Santos tentou sintetizar o momento que passam as academias e similares em São Carlos. Ele é proprietário de um estabelecimento localizado no Jardim Jockey Club e integra um grupo de WhatsApp onde há aproximadamente 100 participantes.

“Para ter uma ideia, em janeiro, quando estávamos na fase laranja, minha academia teve um faturamento de R$ 11 mil, mas os gastos chegaram a R$ 13,495 mil. Foi um prejuízo superior a R$ 2 mil. Em fevereiro o meu faturamento caiu para R$ 3,4 mil e as despesas foram R$ 12,659. Um déficit superior a R$ 9 mil. Agora em março, nenhum faturamento e o gasto estimado é de R$ 12 mil. Como a gente consegue viver assim?”, indagou Fabiano ao São Carlos Agora.

Segundo ele, hoje em São Carlos há aproximadamente 200 estabelecimentos entre academias e similares que integram o setor de atividades físicas e que dão emprego a mais de 3 mil colaboradores.

Ele lembra que em 2020 o setor ficou seis meses parado no início da pandemia da Covid-19 e retornaram somente em agosto, obedecendo um rígido protocolo de segurança, nas fases laranja e amarela.

“Funcionamos por aproximadamente seis meses nas fases amarela e laranja, com várias restrições. O setor deu até uma recuperada, mas a partir de 8 de fevereiro retornou a fase vermelha e estamos parados”, lamentou.

Após um mês sem poder abrir as portas, Fabiano disse que os proprietários de academias não irão suportar. “Estamos endividados. Tive conhecimento que uma academia no Jardim Cruzeiro do Sul já fechou. Um outro colega afirmou que irá demitir seus 10 funcionários e encerrar atividades, pois não tem como saldar suas dívidas”, comentou.

Ao SCA, Fabiano disse que o setor de academias e similares se sentem abandonados pelos poderes públicos municipal e estadual, uma vez que já tentaram dialogar. Porém nunca foram ouvidos. “Estamos sem esperança, não temos como cobrir os gastos e não sabemos o que fazer. Para combater a pandemia as autoridades apenas ordenam baixar as portas, mas não cortam os tributos e não nenhum tipo de ajuda. Como sobreviver assim?”, perguntou.

Ainda sobre as academias, Fabiano afirmou que estudos científicos dão conta que atividades físicas são essenciais para o combate à doença. “As pessoas terão qualidade de vida, saúde. Tenho conhecimento que alunos que praticam exercícios estão se tornando depressivos pela falta das atividades. Sem contar que nos seis meses que todas as academias funcionaram em São Carlos não foi registrado um caso sequer de Covid-19, pois respeitamos ao máximo todos os protocolos sanitários”, finalizou.

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