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sábado, 13 de dezembro de 2025
Saúde

IFSC/USP abriga novo centro nacional de nanotecnologia para combate ao câncer e doenças raras

15 Jul 2025 - 10h07Por Rui Sintra
IFSC/USP abriga novo centro nacional de nanotecnologia para combate ao câncer e doenças raras - Crédito: divulgação Crédito: divulgação

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) sediará um dos Centros Temáticos apoiados pela FINEP, por meio da chamada pública MCTI/FINEP/FNDCT/Centros Temáticos 2023, instituída no corrente ano, com financiamento inicial de cerca de 12 milhões de reais e vigência até 2028. Sob a coordenação do professor Valtencir Zucolotto, o “Centro Nacional de Inovação em Nanotecnologia Aplicada ao Diagnóstico e Terapia do Câncer e Doenças Raras” surge a partir do trabalho e dos resultados obtidos pelo Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia (GNano–IFSC/USP), fundado em 2012. Participam também do centro os professores Osvaldo Novais de Oliveira Jr. e Cleber Mendonça, dos grupos de Polímeros “Prof. Bernhard Gross” e de Fotônica/IFSC, respectivamente.

O novo Centro Temático da FINEP tem como objetivo o desenvolvimento de novos sistemas de diagnóstico e de terapias avançadas utilizando a nanomedicina para aplicação em câncer (especialmente glioblastoma e câncer de pulmão) e em doenças raras, incluindo a atrofia muscular espinhal (AME). Na temática do câncer, em particular, os trabalhos baseiam-se na aplicação de novas nanopartículas desenvolvidas nos últimos anos pelo grupo GNano/USP, capazes de entregar fármacos antitumorais com alta especificidade, graças ao uso de sistemas biomiméticos (https://doi.org/10.1021/acsami.4c16837).

O centro será mantido pelo IFSC/USP, com corpo docente e discente altamente integrado em atividades de pesquisa e extensão, incluindo colaborações externas com pesquisadores do Hospital de Amor (Barretos), da FMUSP e do ICESP (por meio da iniciativa C2PO/ICESP/USP), em São Paulo, bem como diversas instituições internacionais.

O uso da nanomedicina em doenças raras representa um novo paradigma terapêutico, especialmente para pacientes que até então contavam com poucas ou nenhuma opção de tratamento. O Centro Nacional de Inovação em Nanotecnologia Aplicada ao Diagnóstico e Terapia do Câncer e Doenças Raras irá contribuir significativamente ao propor soluções de alta tecnologia, com segurança, personalização e potencial de escalar essas terapias futuramente para a prática clínica.

Dentre os objetivos do centro, destacam-se três áreas prioritárias. A primeira refere-se à nanomedicina teranóstica, cujo foco é desenvolver nanopartículas que unam diagnóstico e terapia, detectando tumores e, simultaneamente, eliminando células doentes. A segunda vertente compreende as nanovacinas e a imunoterapia, com o desenvolvimento de formulações personalizadas que “ensinam” o sistema imune a reconhecer e atacar células tumorais, especialmente em casos de câncer e doenças raras. Por fim, a nanotoxicologia visa à análise dos riscos e impactos das nanopartículas no organismo e no meio ambiente, garantindo segurança nas aplicações clínicas.

Inúmeros projetos financiados pela FAPESP, entre outras agências, justificam a importância da criação deste centro em termos de inovação clínica e biotecnológica. Em 2024, o GNano recebeu um dos prêmios “Veja Saúde & Oncoclínicas de Inovação Médica”, pela tecnologia de nanomedicina desenvolvida para administração de medicamentos via nasal no tratamento do glioblastoma.

Em resumo, o Centro Nacional de Inovação em Nanotecnologia Aplicada ao Diagnóstico e Terapia do Câncer e Doenças Raras representa uma força transformadora na luta contra o câncer e doenças raras, utilizando nanotecnologia avançada para criar soluções teranósticas, seguras e personalizadas, com impacto direto na medicina de precisão e na inovação clínica no Brasil.

Rui Sintra – jornalista do IFSC/USP

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