
Esta é a frase que mais me irrita e que usualmente é usada pelo(a)s vendedore(a)s dentro dos estabelecimentos que comercializam produtos distintos: “- Olá! Posso ajudar?” O que me faz quase sempre responder: “- Obrigado, só estou dando uma olhada”, já aguardando o tradicional “- Fique à vontade, se precisar de mim estou por aqui!”. Mas é claro que ele(a) estará por ali, já que trabalha “ALI”. Para mim, esta forma de abordagem, quase que generalizada em nosso comércio, me obriga a sair imediatamente da loja onde acabei de entrar e procurar outra que talvez não use este método de atendimento. Meus amigos... Confesso que é um saco!!! E o mais triste e lamentável é quando observo (e já foram várias vezes) o atendimento que é feito a um(a) cliente negro(a). Nesse caso, além da tradicional pergunta, o(a)s vendedor(a)s colocam-se estrategicamente colocados, não perdendo o(a) cliente de sua área de visão, seguindo-o(a) dissimuladamente. Tudo isto muito intencional, identificado, quase que padronizado. É claro que o(a)s vendedore(a)s são orientados e treinados para terem esse tipo de comportamento, sendo que este último é claramente racista. Até hoje não vi qualquer ação que altere esta infeliz realidade. Aliás, não são raras as vezes que me deparo com situações absurdas onde, em ambientes sociais, negros e negras são medido(a)s de alto a baixo com olhares de reprovação (no mínimo) - do tipo “o que é que este(a) está fazendo aqui?”. Quer queiram, quer não, infelizmente a cidade de São Carlos ainda é altamente racista. Não acreditam? Façam como eu - percam um pouquinho de seu tempo, observem e constatem.
O autor é jornalista profissional / correspondente para a Europa pela GNS Press Association / EUCJ - European Chamber of Journalists / European News Agency) - MTB 66181/SP.
Esta coluna é uma peça de opinião e não necessariamente reflete a opinião do São Carlos Agora sobre o assunto.