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Artigo de Rui Sintra: Je suis Paris, mais je suis aussi Rio!

17 Nov 2015 - 14h48Por (*) Rui Sintra
Foto: Divulgação - Foto: Divulgação -

Todos nós ainda estamos sob o choque provocado pelos recentes atentados de Paris, que deixaram para trás 129 mortos. Chama a atenção, contudo, o estado de letargia que a França - e principalmente Paris - mergulhou após os atentados, em janeiro deste ano, ao jornal Charlie Hebdo. Após esse primeiro ataque, esperava-se das autoridades francesas uma ação de vigilância e de prevenção mais eficazes, tendo em vista que Paris é considerada o coração da Europa, nos seus mais diversos aspectos. E ficam no ar diversas perguntas, como, por exemplo, como é que os terroristas conseguiram entrar fortemente armados na casa de espetáculos Bataclan? Não havia segurança na entrada? As pessoas não foram revistadas? Como é que os terroristas conseguiram entrar no perímetro exterior do Stade de France, atendendo a que a polícia estava presente em grande número, fazendo a segurança? Como é que os serviços de inteligência franceses falharam tão clamorosamente? Se neste momento gritamos em uníssono - e sem qualquer dúvida - Je suis Paris!, penso também que é o momento certo para, em face aos tristes acontecimentos,refletirmos em qual será a postura e que medidas é que as autoridades brasileiras deverão tomar durante as Olimpíadas que se aproximam. Se pensarmos cuidadosamente, o Brasil está totalmente vulnerável à entrada de terroristas em seu território, muito embora todos nós confiemos na capacidade da Polícia Federal, que será a entidade que controlará a entrada e saída de visitantes, quer em aeroportos, quer em portos nacionais. Contudo, a dúvida mais premente refere-se á entrada terrestre em nosso território, cheia de deficiências e com uma completa falta de vigilância, principalmente para pequenos grupos de pessoas. As fronteiras nacionais são como queijo suíço, ou seja, repletas de buracos. O Brasil é um país considerado de paz, que não intervém com forças em conflitos internacionais, mas que por isso mesmo poderá estar numa eventual lista "privilegiada" de grupos terroristas que poderão aproveitar a festa da Olimpíada para transformar nosso país no "trampolim perfeito" para mais um ataque. É óbvio que a segurança ao maior acontecimento esportivo do mundo deverá estar sendo planejada em todos os pormenores pelas forças de segurança nacionais, em colaboração com suas congéneres internacionais, mas isso não significa queesteja tudo bem, principalmente, como já dissemos acima, em relação às fronteiras terrestres. E, se no nosso entendimento, seria praticamente impossível um grupo terrorista colocar uma bomba em uma aeronave, explodindo em pleno voo, como foi o caso do avião comercial russo da Metrojet, que caiu no Sinai no último dia 31 de outubro, vitimando 224 pessoas, isto porque a segurança deveria ter sido feita com eficiência, como em qualquer aeroporto do mundo, não podemos, neste momento, desprezar uma eventualidade funesta que pode acontecer em nosso país. Basta lembrar que estarão entre nós delegações do mundo inteiro, com destaques especiais para a Grã-Bretanha, França, Estados Unidos, Israel, Arábia Saudita, Alemanha, Austrália, Ucrânia, Rússia, Japão, Coreia do Sul, Turquia, China e Canadá, só para falar de algumas. Prevenir é a palavra de ordem. Proteger nossos concidadãos, atletas, delegações olímpicas e todos quantos nos visitam é imperativo. Para que não possamos um dia clamar Je suis Rio!

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