“Este reconhecimento reforça meu compromisso com o avanço da IA responsável, transparente e centrada no ser humano para o benefício da sociedade”, destacou a pesquisadora Francielli em seu Linkedln - Crédito: arquivo pessoalUma pesquisa inovadora na área de inteligência artificial voltada ao combate ao discurso de ódio e à disseminação de fake news foi a vencedora do Prêmio Maria Carolina Monard 2025. A tese Socially Responsible and Explainable Automated Fact-Checking and Hate Speech Detection, de Francielle Alves Vargas, defendida no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, será premiada no próximo dia 19 de setembro, em cerimônia no auditório Fernão Stella de Rodrigues Germano do ICMC.
O trabalho apresenta métodos de IA transparentes e responsáveis, além da criação de recursos inéditos para o português brasileiro. Francielle receberá um certificado de reconhecimento e o prêmio em dinheiro no valor de R$ 5 mil.
Relevância social e acadêmica
A presidente da comissão julgadora, professora Heloisa Camargo, da UFSCar, destacou a relevância da pesquisa:“Trata-se de um trabalho de grande importância para a comunidade de processamento de língua natural, que resultou também em aplicações práticas disponíveis na web para toda a sociedade”.
Orientada pelo professor Thiago Pardo (ICMC) e coorientada por Fabrício Benevenuto (UFMG), Francielle desenvolveu três ferramentas capazes de analisar, em poucos segundos, comentários suspeitos na internet, apontando se contêm informações falsas ou discurso de ódio, além de explicar os critérios da classificação. Entre os produtos criados está o sistema Brasil#SemÓdio, que combina conhecimento estatístico e contribuições de especialistas para identificar comentários ofensivos em redes sociais.
Legado de Maria Carolina Monard
Para Heloisa Camargo, que foi a primeira orientanda da professora Maria Carolina Monard, o trabalho vencedor está em sintonia com o legado da pesquisadora, pioneira em aprendizagem de máquina no Brasil desde os anos 1990:
“Ela sempre se empenhou em transmitir valores de qualidade e ética na pesquisa, era exigente quanto à consistência conceitual e metodológica das dissertações e teses, além de se preocupar com a utilidade e o impacto dos estudos. Nesse sentido, a pesquisa da Francielle está totalmente conectada com esse legado”.
Processo de seleção
O prêmio recebeu oito inscrições de teses de doutorado em IA defendidas em programas reconhecidos pelo MEC. Os trabalhos foram avaliados quanto à originalidade, relevância social, impacto das contribuições, rigor metodológico, publicações e trajetória acadêmica.
Segundo Heloisa, a escolha foi difícil: “A comissão julgadora teve um trabalho árduo, uma vez que todas as teses concorrentes eram de excelente qualidade. Foi necessária uma avaliação criteriosa, com base em pontos específicos, para chegar ao resultado”.
Menção honrosa
Além da tese vencedora, o comitê concedeu menção honrosa ao trabalho de Washington Luiz Miranda da Cunha, orientado pelo professor Marcos André Gonçalves (UFMG). A pesquisa, intitulada A Comprehensive Exploitation of Instance Selection Methods for Automatic Text Classification, explora técnicas de seleção de instâncias para otimizar o treinamento de modelos de classificação de texto.
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