(16) 99963-6036
domingo, 14 de dezembro de 2025
Cidade

Pesquisadores da UFSCar desenvolvem tecnologia limpa para uso em filtros de ar condicionado e em ambientes hospitalares

Spray com nanofibras curtas, licenciado por empresa-filha da Universidade, será produzido para uso em sistemas de filtragem

16 Abr 2025 - 13h10Por Assessoria de Imprensa
Filtro de ar condicionado de carro contendo nanofibras - Imagem: Laboratório de Caracterização Estrutural da UFSCar - Filtro de ar condicionado de carro contendo nanofibras - Imagem: Laboratório de Caracterização Estrutural da UFSCar -

Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) desenvolveram uma tecnologia de aplicação simples capaz de aumentar a eficiência de filtros em ambientes que ativam alto controle de qualidade do ar, como hospitais e veículos automotivos.

A invenção consiste em um spray que forma uma camada de nanofibras sobre o meio filtrante, ampliando a retenção de partículas microscópicas sem prejudicar o fluxo de ar. O projeto foi conduzido por Paulo Augusto Marques Chagas, durante seu pós-doutorado no Departamento de Engenharia Química (DEQ) da UFSCar, sob coordenação de Mônica Lopes Aguiar, docente do DEQ.

As nanofibras são produzidas por eletrofiação, técnica que transforma uma solução polimérica - à base de acetato de celulose, derivada natural da celulose - em fibras ultrafinas por meio de um campo elétrico. “O processo lembra um fio sendo puxado no ar”, explica Chagas. A solução é colocada em uma seringa e, ao se aplicar uma diferença de potencial elétrico entre a agulha e uma superfície coletora, o líquido é esticado até formar fibras com diâmetro nanométrico - milhares de vezes mais finas que um fio de cabelo. "Essas fibras se acumularam de forma desordenada, formando um 'tecido não-tecido'. Depois, esse material é fragmentado em um equipamento semelhante a um liquidificador, gerando os componentes usados no spray", complementa o pesquisador.

A principal vantagem da formulação é a facilidade de aderência em diferentes superfícies, criando uma camada que melhora a retenção de partículas, sem exigir a troca do filtro original. “Além disso, elas podem ser funcionalizadas com compostos bactericidas ou antifúngicos, o que amplia seu potencial de uso em sistemas de ventilação de transporte coletivo e outros ambientes que desligam alta qualidade do ar”, ressalta Aguiar.

Em testes laboratoriais, o spray apresentou capacidade de captura de até 99% das partículas pequenas - incluindo poluentes e alguns vírus que os filtros tradicionais não fornecem reter com eficiência. A tecnologia foi protegida por pedido de patente e licenciada para a InNano Tecnologia, empresa-filha da UFSCar fundada pelo próprio pesquisador, com apoio da Agência de Inovação (AIn) da Universidade.

Com o licenciamento já realizado, a InNano Tecnologia iniciará a produção em larga escala, atendendo empresas interessadas na aplicação de nanofibras curtas, não apenas em filtros, embalagens e máscaras, mas também em sistemas avançados de liberação controlada de substâncias. “A expectativa é que a tecnologia contribua com estratégias de melhoria da qualidade do ar em diferentes contextos, combinando inovação, sustentabilidade e aplicabilidade prática”, finaliza Chagas.

Empresas interessadas em aplicar a tecnologia em seus produtos ou processos podem entrar em contato com a AIn pelo e-mail inovacao@ufscar.br ou pelo telefone (16) 3351-9040.

 

 

 

Leia Também

Últimas Notícias