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sábado, 06 de dezembro de 2025
História

Morte do professor e radialista Jamir Schiavone completa 13 anos

Parte de sua história nos dois mandatos na Presidência da Câmara foi revelada no livro "Memórias de Um Presidente", lançado em 2010, com texto de sua neta Lívia e prefácio do professor Francelino Grando

18 Jul 2025 - 15h39Por Marco Rogério
O político, radialista e professor Jamir Schiavone: carreira marcada por lutas e polêmicas em tempos de rica história - Crédito: divulgaçãoO político, radialista e professor Jamir Schiavone: carreira marcada por lutas e polêmicas em tempos de rica história - Crédito: divulgação

Morria, no dia 18 de julho de 2012, há exatamente 13 anos, então com 78 anos de idade, o político, radialista, professor e advogado Jamir Leôncio Schiavone. Nascido em 12 de setembro de 1934, filho de João Schiavone e Martina Garcia Ferreira Schiavone, Jamir teve parte de sua história, principalmente nos dois mandatos como presidente da Câmara, registrada no livro “Memórias de Um Presidente”, lançado em 2010, com texto de sua neta Lívia e prefácio do professor Francelino Grando.

A carreira política durou mais de vinte anos (1960-1983). Ele foi office boy da Associação Comercial e Industrial de São Carlos. Também trabalhou como balconista de loja de calçados, preparador de flores, auxiliar de escritório, escriturário-datilógrafo, radialista e auxiliar de compras da Lápis Johann Faber Ltda, sendo sócio-fundador do Johann Faber Clube e atuando na formação do Sindilápis.

Formou-se em Estudos Sociais com habilitação em Educação Moral e Cívica pela UNAERP (Faculdade de Educação de Ribeirão Preto) e em Ciências Jurídicas pelo Instituto de Ensino Superior Unificado. Na pós-graduação, especializou-se em Estudos de Problemas Brasileiros pela Universidade de São Paulo (USP), Ensino Público e Privado pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e Direito Penal pelo Instituto Paulista de Ensino Superior Unificado (Faculdade de Direito de São Carlos).

Schiavone foi professor do ensino secundário no Ginásio Antônio Militão de Lima, Instituto de Educação Dr. Álvaro Guião, Colégio Jesuíno de Arruda, Escola Industrial Paulino Botelho e Senac São Carlos. Pelo Centro Educacional Diocesano La Salle, lecionou História, Estudos Sociais e Geografia. Exerceu ainda a coordenação pedagógica dos cursos técnicos de Contabilidade, Química, Supletivo de 1º e 2º graus, Secretariado e Magistério. Foi coordenador da cadeira de Estudos de Problemas Brasileiros da Fundação Educacional São Carlos e diretor executivo da mesma instituição.

Iniciou sua carreira de radialista em 1957. Trabalhou nas principais emissoras da cidade como locutor, comentarista esportivo, apresentador de programas jornalísticos e religiosos.

Foi presidente da Câmara Municipal nos períodos de 1977 e 1979 e de 1981 a 1983. Homem de partido, em 1982 se lançou candidato à Prefeitura Municipal pelo MDB. Nos anos seguintes, exerceu funções como assessor de gabinete do vice-governador Orestes Quércia, assessor parlamentar e de gabinete da Presidência da Imprensa Oficial do Estado, advogado da Secretaria Estadual do Trabalho, diretor administrativo da Prefeitura de São Carlos e professor de Direito Penal e Prática Forense Penal da Faculdade de Direito de São Carlos (FADISC).

DUPLICAÇÃO DE RODOVIA – Como presidente da Câmara, empunhou a bandeira da duplicação da rodovia Washington Luís, conhecida então como “rodovia da morte”. A luta era para que a rodovia, em seu traçado natural, se tornasse uma via doméstica e que a Secretaria dos Transportes do Estado desse continuidade ao projeto da chamada “Via Norte”, que passaria pelo sul da cidade. A seu ver, o custo da obra seria menor com o prolongamento da Via Norte, passando pelo lado oeste da cidade, do Posto Castelo até Ibaté.

Diante da resistência do governo estadual, que alegou impossibilidade de atender ao pleito, São Carlos acabou por conquistar uma série de obras no trecho de 13 km da estrada que corta a cidade. Foram então construídos três trevos completos, dois em formato diamante combinados com nove passagens em desnível para facilitar o acesso dos moradores. Por esse motivo, São Carlos é a cidade do interior que mais possui trevos de acesso à rodovia estadual.

PULA ROLETA – Outro momento marcante ocorreu em 1981, quando Schiavone colocou a Câmara como mediadora do impasse entre a Prefeitura, a concessionária de ônibus e os estudantes que realizaram o movimento “Pula Roleta”. Na época, a Auditoria Militar da 2ª Região instaurou IPM (Inquérito Policial Militar), e processos contra estudantes e entidades passaram a ser enquadrados na Lei de Segurança Nacional.

Em vida, o político foi homenageado com o título de “Cidadão Benemérito de São Carlos”, além de homenagens da Câmara Municipal no "Dia do Legislativo São-carlense" e da "Ordem do Mérito Educativo", em grau de Comendador. Após seu falecimento, aos 77 anos, em 18 de julho de 2012, seu nome foi dedicado à Sala de Protocolo e Arquivo da Câmara Municipal e a uma rua localizada no bairro Encontro Valparaíso II.

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