Extremos climáticos colocam grandes desafios para a humanidade e desafiam governos e pesquisadores - Crédito: Agência BrasilO Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP-São Carlos realizará nos dias 4 e 5 de agosto, o ciclo de debates “Mudanças climáticas e cidades”. O evento reunirá especialistas e pesquisadores sobre mudanças climáticas que debaterão os impactos dos eventos extremos nas cidades brasileiras com o objetivo de colaborar na formulação de alternativas para mitigação, resiliência e adaptabilidade do ambiente urbano.
A palestra de abertura, no dia 4, próxima segunda feita, será feita por Carlos Nobre, uma das maiores autoridades internacionais sobre o assunto, que abordará os aspectos emergenciais sobre mudanças climáticas. Nos dois dias, pesquisadores abordarão temas relacionados a políticas públicas sustentáveis, planejamento urbano e regional, governança climática e soluções em infraestruturas.
Um dos mais respeitados cientistas climáticos do mundo, Carlos Nobre atua há décadas estudando a Amazônia e as mudanças climáticas. Pesquisador sênior do Instituto de Estudos Avançados da USP e copresidente do Painel Científico para a Amazônia, ele foi o primeiro a alertar para o risco de a Floresta Amazônica se tornar uma savana. Nobre alerta que a humanidade vive uma corrida contra o tempo: com a temperatura global já tendo ultrapassado 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, o cientista traça cenários sombrios — e aponta a bioeconomia como um camininho que pode salvar a Amazônia e o planeta.
“O máximo que reduziremos até 2030 nas emissões de gases do efeito estufa será 3%. Se fizermos isso e só zerarmos as emissões em 2050, vamos passar de 2°. Nesse nível, ondas de calor, chuvas excessivas, secas, incêndios florestais — acontecerão com mais frequência”, destaca Nobre.
Os eventos extremos nas cidades brasileiras estão cada vez mais frequentes e são inúmeros os exemplos: as chuvas intensas no sul da Bahia, as secas nas cidades da Amazônia, as inundações no Rio Grande do Sul, os incêndios em florestas e reservas ambientais, o aumento do nível do mar. Esses eventos impactam no equilíbrio dos ecossistemas e diretamente na vida e na economia das cidades. Suas ocorrências afetam sistemas urbanos, infraestruturas e o modo atual de vida. E as consequências devem ampliar porque os organismos internacionais confirmam, anualmente, o aumento do aquecimento global.
As respostas são inúmeras. Agências, institutos e órgãos nacionais têm se esforçado nas ações, investimentos e planos de adaptabilidade e transição sociotécnica. O setor privado e a sociedade civil estão mobilizados em torno de alternativas e soluções. O meio acadêmico tem incentivado pesquisas e ações com a sociedade para compreender e propor transformações, articulando conhecimento nacional e parcerias internacionais.
CICLO DE PALESTRAS “MUDANÇAS CLIMÁTICAS E CIDADES”
Dia 04/08/2025 (segunda-feira) – 14:00h
Abertura: Carlos Nobre – titular da Cátedra Clima & Sustentabilidade do IEA da USP
Tércio Ambrizzi – coordenador do Centro de Pesquisa em Resiliência em Crises Climáticas e Desastres – CLIMARES
Pedro Jacobi – coordenador o projeto MACROAMB – Governança Ambiental na Macrometropole Paulista Face às Mudanças Climáticas
Dia 05/08/2025 (terça-feira) – 14:00h
Sarah Feldman – pesquisadora de políticas públicas e das instituições de planejamento urbano e regional
Luciana Royer – pesquisadora de desenvolvimento urbano e planejamento metropolitano
André Beck – pesquisador de alternativas de infraestrutura para redução de carbono





