Os estudantes Carlos Henrique Araujo de Carvalho e Ana Luiza Carvalho Sartoreli, do curso de Medicina da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), foram premiados em primeiro e segundo lugares, respectivamente, com seus trabalhos científicos sobre a Covid-19 em crianças e adolescentes no município de São Carlos. Os trabalhos foram apresentados durante o VIII Congresso Acadêmico das Ligas de Pediatria de São Paulo, realizado no último mês, em São Paulo, e analisaram casos de síndrome inflamatória multissistêmica associada à Covid-19 em crianças e a evolução epidemiológica dos casos de coronovaírus em crianças e adolescentes de São Carlos, entre 2020 e 2021. Os estudantes foram orientados pelas professoras Cristina Ortiz Valete e Esther Angélica Luiz Ferreira, do Departamento de Medicina UFSCar, e integram o Núcleo de Estudos de Epidemiologia Aplicada à Saúde Perinatal e Pediátrica, grupo de pesquisa cadastrado no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
O trabalho "Síndrome inflamatória multissistêmica (SIM-P) associada à infecção pelo SARS-CoV-2 em crianças e adolescentes internados em unidade de terapia intensiva: relato de dois casos" foi feito por Ana Luiza Sartoreli. De acordo com Cristina Ortiz, o estudo descreveu as manifestações clínicas dos dois casos infanto-juvenis que foram graves e tiveram internação em Unidade de Terapia Intensiva, o tratamento instituído, o tempo entre o início dos sintomas e a internação, bem como o prognóstico. A proposta desenvolvida por Carlos Henrique de Carvalho, contemplado com uma bolsa de iniciação científica, foi "Evolução temporal da Covid-19 em crianças e adolescentes na cidade de São Carlos e características dos casos graves, entre 2020 e 2021", o estudante analisou temporalmente a evolução dos casos positivos da doença no período, descrevendo as características dessas crianças e adolescentes.
Para Ortiz, os trabalhos premiados dos estudantes da UFSCar somam-se à literatura existente no Brasil sobre a Covid-19 em crianças e fornecem informações importantes para a programação em saúde. "De maneira geral, a literatura de casos de Covid-19 em adultos é mais volumosa e, sendo assim, os estudos em crianças são muito bem-vindos", pontua.
A premiação dos estudantes no evento, que reuniu dezenas de Ligas de Pediatria do estado de São Paulo, foi um reconhecimento importante do esforço empenhado pelos graduandos. "No âmbito da pesquisa, os trabalhos foram desenvolvidos com grande rigor metodológico. Entendemos este reconhecimento como individual e também coletivo, levando o Departamento de Medicina e a UFSCar para outros espaços extramuros", definiu Ortiz.
Atualmente, os trabalhos premiados estão sendo finalizados e encaminhados para publicações. A professora reforça que há interesse em continuar investigando outros recortes da Covid-19 em crianças e, particularmente, em recém-nascidos. "Acredito que estejamos no caminho certo, incentivando os alunos no caminho da pesquisa e oferecendo todo apoio possível para que eles possam desenvolver suas ideias", conclui. Estudantes interessados em desenvolver pesquisas na temática podem fazer contato pelo e-mail da pesquisadora, cristina.ortiz@ufscar.br.