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sábado, 13 de dezembro de 2025
No coração de São Carlos

Antigo terminal rodoviário vira "cemitério comercial"

Conjunto arquitetônico não é tombado, mas é protegido e sua utilização será debatida no processo de revisão do Plano Diretor

04 Set 2025 - 15h52Por Da redação
O conjunto de imóveis que antes fazia parte da antiga rodoviária de São Carlos: várias placas anunciam que eles estão para alugar há anos - Crédito: SCAO conjunto de imóveis que antes fazia parte da antiga rodoviária de São Carlos: várias placas anunciam que eles estão para alugar há anos - Crédito: SCA

Um conjunto de imóveis localizados na Praça Antônio Prado, próximo à estação ferroviária, está totalmente desocupado e abandonado. O local está cheio de placas de “aluga-se”, mas depois da pandemia da Covid-19 ficou totalmente vazio. A última loja em funcionamento no local era a Padaria Thomazi, que mudou-se para a Rua General Osório, naquela região.

O espaço já foi cheio de vida e abrigava, além da pastelaria, uma unidade da Athenas Paulista, onde se fazia carteirinhas, pagamentos etc., e dezenas de motoristas esperavam para iniciar o trabalho. Também funcionavam ali duas lanchonetes, um pub com rock na laje, uma loja especializada em produtos que utilizam gás como energia — além de panelas e churrasqueiras — e o famoso Bar do Geninho ou “Bar dos Cornos”, como era mais conhecido.

Nos anos 2000, logo às 5h da manhã, vários motoristas tomavam café no Bar do Geninho para se preparar para o trabalho. O movimento era intenso durante todo o dia e até à noite. Porém, com as restrições impostas pela pandemia, várias lojas faliram e não houve mais interesse de comerciantes em alugar um espaço naquele centro comercial para manter seus negócios.

O engenheiro André Fiorentino, que faz parte da comissão responsável pela revisão do Plano Diretor, afirma que aquele antigo centro comercial, embora não seja tombado, é protegido legalmente. “Assim, não é possível derrubar e construir outro tipo de imóvel no local, nem realizar qualquer mudança. O valor dos imóveis não é pela arquitetura, mas sim pela história do local. É um conjunto arquitetônico próximo à Estação Ferroviária, o espaço mais preservado de São Carlos”, comenta Fiorentino.

O engenheiro afirma que, neste processo de revisão do Plano Diretor, a utilização daquele espaço será debatida com a Fundação Pró-Memória, que detém o aparato legal para cuidar dos imóveis. “Vamos discutir com eles se é válido manter esta proteção, que muitas vezes relega esses espaços ao abandono, ao desmazelo e até à invasão, ou se é melhor dar outra utilização para eles”, conclui Fiorentino.

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