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Polícia

Juiz determina que acusada de participar da morte do professor Sonoda continue presa

23 Jun 2016 - 23h42Por Pedro Maciel
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O Juiz André Luiz de Macedo da 3ª Vara Criminal de São Carlos não atendeu a representação de relaxamento de prisão impetrado pelo advogado ribeirão-pretano Carlos Renato Lira Buosi que defende a advogada Milene Estácio da Silva, 36, viúva e acusada de participar da morte do professor universitário Milton Taidi Sonoda, 39, que foi assassinado com golpes de faca pela filha dela, uma adolescente de 17 anos, e ainda teve seu corpo embalado em um colchonete, sacos e fitas plásticas e incendiado com seu veículo no dia 19 de maio.

O bárbaro crime ainda choca não só a população de São Carlos, mas de toda região, que tomando conhecimento deste caso lembra-se das histórias de Suzane Von Richthofen e do caso Yoki.

RELACIONAMENTO EXTRACONJUGAL

No final da tarde desta quinta-feira (23) o delegado Gilberto de Aquino, titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), falando à reportagem, disse que no próximo dia 29 vence a prisão temporária expedida pela Justiça Criminal da advogada Milene Estácio e ele admitiu que deverá representar pela prorrogação de mais 30 dias da prisão temporária, uma vez que aguarda um dos laudos que deverá chegar nos próximos dias, e pelo fato de sua equipe concluir que a advogada teria um relacionamento extraconjugal com um amante que mantinha na capital paulista e que deverá ser intimada para dar explicações sobre este novo fato e o delegado diz que o caso ainda não está fechado e ainda, se comprovada a participação desta pessoa no crime, certamente ela será incluída no Inquérito Policial.

O delegado deu alguns detalhes sobre este homem e diz que há informações seguras que o casal se encontrava freqüentemente e que mesmo após a morte de Sonoda eles chegaram a se falar. Aquino também disse que já estava respondendo às informações solicitadas pela Justiça Criminal, quanto a Milena ser realmente advogada e outros detalhes, porém é certo o envolvimento de mãe e filha no bárbaro crime.

OAB

No documento de relaxamento de prisão o advogado Carlos Renato Lira Buosi alega que sua cliente que também é advogada, quando foi detida no interior do prédio da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) não teve o direito de solicitar a assistência de um advogado de sua confiança para acompanhar seu depoimento. Ainda segundo Buosi, a representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que compareceu à delegacia, a vice-presidente da 30ª seção da ordem em São Carlos, Ariadne Trevisan Leopoldino, não cumpriu com seu dever institucional de evitar qualquer abuso e visou apenas a observar formalmente o procedimento. Ele diz que Ariadne "respaldou" o ato policial e deu entrevistas para meios de comunicação.

Procuramos o escritório da vice-presidente a OAB de São Carlos que está viajando a trabalho e conseguimos a informação de que a são-carlense não opinou pessoalmente sobre o crime e acompanhou todo relato da advogada e sua filha, as quais tiveram todos seus direitos constitucionais garantidos e não sofreram qualquer tipo de tortura.

O defensor da advogada presa na cadeia feminina de Ribeirão Bonito também diz no documento que sua cliente não está em uma sala especial, uma "Sala de Estado Maior", direito reservado a advogados e previsto na lei 8.906 de 4 de julho de 1994.

CADEIA FEMININA

Interpelado sobre as alegações do advogado de Milene, o delegado Gilberto de Aquino rebateu o advogado e disse que realmente ela tem direito a uma "Sala de Estado Maior", porém o artigo 295 inciso 11º, parágrafo 2º do Código de Processo Penal é claro ao dizer que em caso da falta da uma "Sala de Estado Maior", na comarca em que pessoas com nível superior estiverem presas, não havendo estabelecimento especifico para preso especial este será recolhido em cela distinta no mesmo estabelecimento. O delegado ainda diz que a advogada presa na Cadeia Feminina de Ribeirão Bonito está em cela separada, bem como tem banho de sol diferenciado das outras presas. Ele também disse que ao concluir ao Inquérito Policial (IP) deverá representar pela Prisão Preventiva da advogada que desta forma deverá ser encaminhada para outra unidade prisional e o caminho seria a Penitenciária de Tremembé, unidade prisional que tem vagas para presas com o perfil da advogada.

FUNDAÇÃO CASA

A adolescente de 17 anos, filha de Milene, foi ouvida pela Vara da Infância e Juventude de São Carlos e posteriormente foi custodiada na unidade João Paulo II da Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (CASA), instalada na cidade de Cerqueira Cesar, onde deverá permanecer por 3 anos passando por medidas socioeducativas que inclui tratamento psicológico. 

 

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