Crédito: Cristina FloriaEntre os dias 24, 25 e 26 de março, o Sesc São Carlos apresenta a sabedoria Guarani Mbya. Será uma vasta programação, onde consta a exibição do documentário “Kunhangue Arandu: a sabedoria das mulheres”. Terá ainda bate-papo, oficina de adereços em sementes e miçangas, exposição e venda de artesanatos produzidos pelas mulheres da aldeia Tekoa Pyau da Terra Indígena Jaraguá. Todas as atividades são gratuitas.
Na programação ainda consta o show com o rap OZ Guarani junto ao coral M’baraeté, com canções de resistência e fortalecimento da luta indígena por seus direitos.
O evento foi proposto pela documentarista, fotógrafa e produtora cultural, Cristina Flória que nos conta um pouco sobre a cultura dos Guarani Mbyá:
“Os Guarani se autodenominam Avá, que significa, pessoa. Vivem em um território que compreende regiões do Brasil, Bolívia, Paraguai e Argentina. A estimativa da população Guarani no Brasil é de cerca de 51 mil pessoas. Internamente se diferenciam em diversos grupos, semelhantes entre si, os Mbya, Kaiowá e Nhandeva. Deste total populacional, cerca de 7 mil pessoas pertencem ao grupo Mbya, que reconhecem-se coletivamente como Nhandeva Ekuéry, que significa na língua guarani “todos os que somos nós”.
Na Terra Indígena Jaraguá, conhecida também como Território Jaraguá, vivem os Mbya. Ali estão cindo (5) Aldeias/Tekoa: Tekoa Ytu, Tekoa Pyau, Tekoa Itakupe, Tekoa Itaendy, Tekoa Itawera, interlocutoras da sua própria cultura e história.
A TI Jaraguá está localizada no município de São Paulo, a maior metrópole da América Latina, e paradoxalmente é a menor Terra Indígena do Brasil, inserida neste universo urbano caótico e cheio de contrastes.
Recentemente, no final de 2017, o Ministério da Justiça revogou a decisão de criar uma reserva indígena no Pico do Jaraguá, anulando a portaria no. 581, de 2015, que garantia mais de 500 hectares de terra para os Guarani. Portanto, parte das terras onde vivem ainda não está regulamentada.
A falta de espaço para os quase 900 indígenas que ali vivem, além de impedir que exerçam o ñandereko, o modo de ser Guarani, impõe pressões externas constantes para que adotem padrões de organização e de vida semelhante ao da sociedade nacional. Como se os Guarani não fossem sujeitos e atores políticos da sua própria diversidade, reforçando uma prática histórica que insiste na invisibilidade dessas coletividades.
Uma história da resistência para a preservação de sua cultura, de como manter o Tekoa, o modo de ser, de estar, os costumes e práticas religiosas, os conhecimentos ancestrais que são passados de geração a geração, para se exercer o nhandereko.
Os processos de transformações culturais e o papel das mulheres no Território Jaraguá, é marcante. A primeira mulher cacique indígena do Brasil, Dna. Jandira Kereju, falecida em 2012, liderou por mais de 25 anos este território.
As novas formas de conhecimento e resistência, que os Guarani Mbya têm buscado, é no sentido de se manter na estreita harmonia com a dinâmica da vida, da cultura, sem perder sua identidade”.
PROGRAMAÇÃO
Mbya Arandu: a sabedoria Guarani Mbya
Exibição
Kunhangue Arandu: a sabedoria das mulheres
Brasil. 2021. Cor. Dir.: Alberto Alvares e Cristina Flória. Doc. Dur.: 72min.
Produção: A 2.0 Produções Artísticas. Realização: SescTV
Documentário gravado na Terra Indígena Jaraguá, no município de São Paulo, nas aldeias Tekoa Ytu, Tekoa Pyau, Tekoa Itakupe, Tekoa Yvy Porã e Tekoa Ita Endy. Revela o universo das mulheres indígenas Guarani, em sua luta pela transmissão e perpetuação de sua cultura, e as formas de resistência para manter o nhandereko, o modo de ser Guarani.
Após a exibição haverá bate-papo com o diretor artístico e de fotografia do filme, Alberto Alvares, cineasta indígena do povo Guarani Nhandeva. Sonia Barbosa, liderança da Terra Indígena Jaraguá e Cristina Flória, diretora artística do filme.
Dia 24/3, sexta, às 19h
Teatro
Grátis. Retirada de ingressos limitada a 1 por pessoa, com 1h de antecedência, na Loja Sesc. Lugares limitados.
Livre - Autoclassificação
Oficina
Arte da Terra - Artesanato em miçangas e sementes
Com grupo de mulheres Guarani Mbyá, da Tekoa Pyau, da Terra Indígena Jaraguá. Produção artística de Cristina Flória.
O processo de elaboração artístico-indígena envolve habilidade motora, simetria, rigor na confecção, busca de perfeição, ritmo e equilíbrio. Além da criação artística, compreende uma linguagem visual que transmite informações sobre a cultura. O processo de criação e fabricação é transmitido de geração a geração até os dias atuais.
O público terá a oportunidade de participar da oficina e ter acesso à exposição do artesanato, que estará à venda.
Artesanato em miçangas e sementes
Dia 25/3, sábado, 14h às 18h
Exposição e venda das produções de Artesanato Guarani Mbyá
Dia 26/3, domingo, 10h às 15h
Área de convivência externa
Grátis. Retirada de senha na loja Sesc com 30 minutos de antecedência. Vagas limitadas.
12 anos - Classificada oficialmente pelo Ministério da Justiça
Show
Oz Guarani e Coral M' Baraeté
Rap
Diretamente da terra indígena Jaraguá, do povo Guarani M'bya, o rap OZ Guarani, junto ao Coral M'baraeté, interpreta canções de resistência e fortalecimento da luta indígena por seus direitos. Seus integrantes, xondaro e Xondária kuery (guerreiros e guerreiras), apresentam rimas e melodias em português e em guarani, uma leitura para a preservação da língua e cultura originária do Brasil.
Dia 26/3, domingo, às 16h
Galpão
Grátis. Lugares limitados.
Livre – Autoclassificação
Serviço:
Data: 24, 25 e 26 de março.
Ingressos: Grátis. Lugares Limitados.
Local: Unidade São Carlos – Av. Comendador Alfredo Maffei, 700 – Jd. Gibertoni. Mais informações pelo telefone: 3373-2333
ESPETÁCULO R.U.A
O palhaço Sanduba entra em cena no sábado, 25, às 16h. A apresentação é grátis no Galpão do Sesc.
Senhoras e senhores, chegou a hora de dar boas risadas!!!! Neste espetáculo, o palhaço Sanduba entra em cena para divertir e impressionar o público com suas habilidades circenses utilizando materiais reciclados do dia a dia, como panelas usadas, ovos, garrafas e copos. Em um cenário feito de caixas de papelão, sacolas plásticas e sucatas, o artista apresenta ainda números de mágicas e equilibrismos, mostrando ao público que no picadeiro não há limites para a criatividade e nem existe o impossível
SOBRE A COMPANHIA
Composta por uma atriz dramática e circense, formada pelo CPT e pela École National du Cirque Annie Fratellini (Helena Figueira) e um artista acrobata com domínio das técnicas de malabares (Duba Becker), a Cia Suno foi fundada em 1998 por um grupo de amigos que sonhavam criar um núcleo de pesquisa cênica na cidade de Santos.
Inicialmente, a Cia dedicou-se a pesquisas sobre o teatro do absurdo, realizando estudos sobre “Fando e Lis”, “Piquenique no Front” e “O Arquiteto e o Imperador da Síria”. Logo após, iniciou um trabalho sobre “Esperando Godot”, em que integravam as artes circenses e dramáticas. O espetáculo que recebeu três prêmios de melhor ator (Victor Nóvoa) e indicações de melhor direção e melhor ator coadjuvante iniciando a “identidade” da Cia Suno: mesclar a riqueza poética do circo com a linguagem teatral, sem perder a essência da máscara. Todas as peças realizadas pela companhia, desde então, têm uma temática, uma história.
Hoje a Cia Suno tem dezesseis espetáculos em seu repertório. Há desde o lúdico "A Bailarina e o Palhaço", que conta uma linda história de amor entre esses tradicionais personagens do universo infantil; como o dinâmico "Estripulias no Circo", que apresenta a história da criação do circo em ordem cronológica, passando pelo circo de cavalaria inglês, circo chinês, russo, até a linhagem mais moderna e inusitada.
Além de se dedicar à arte circense nestes 18 anos de existência, a Cia Suno assinou a coreografia da comissão de frente das Escolas de Samba X9 Santista (2008) e Gaviões da Fiel (2009, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014, 2015 e 2017). Também foi convidada pelo Ministério do Turismo e Embratur para representar a arte circense brasileira em Lisboa, Madrid e Argentina.
Roteiro e Direção: Helena Figueira
Elenco: Duba Becker e Helena Figueira
Figurinos: Maria Eugênia Ramos
Preparação acrobática: Jullius – Riccieri Pastori
Cenografia: Cia Suno
Iluminação: Marcos Diglio
Produção: Moretti Cultura e Comunicação
SERVIÇO:
Data: 25 de março, sábado.
Horário: 16h.
Ingressos: Grátis. Lugares Limitados. Livre
Local: Unidade São Carlos – Av. Comendador Alfredo Maffei, 700
Mais informações pelo telefone: 3373-2333




