(16) 99963-6036
sexta, 05 de dezembro de 2025
Segurança

Família cobra justiça pela morte de cadeirante encontrada enrolada em lençol às margens da SP-215

Irmã relata que Ana Paula, de 45 anos, era independente e vivia sozinha; polícia investiga o caso como morte suspeita

20 Out 2025 - 08h17Por Da redação
Família pede justiça pela morte de Ana Paula de Oliveira - Crédito: arquivo pessoal Família pede justiça pela morte de Ana Paula de Oliveira - Crédito: arquivo pessoal

A Polícia Civil de São Carlos investiga as circunstâncias da morte de Ana Paula de Oliveira, de 45 anos, cadeirante desde a infância, cujo corpo foi encontrado na manhã de sexta-feira (17) enrolado em um lençol, entre lixo e entulho, às margens da rodovia Professor Luís Augusto de Oliveira (SP-215), nos fundos do bairro Presidente Collor, zona sul da cidade.

A família reconheceu o corpo ainda no local. Uma das irmãs, que preferiu não se identificar, contou ao São Carlos Agora que Ana Paula havia desaparecido na terça-feira anterior, mas que o sumiço não causou alarme imediato, já que ela costumava se ausentar por alguns dias e depois retornar. “Ela tinha esse costume, sumia dois, três dias e voltava. Por isso, a gente não deu parte na polícia logo de início”, relatou.

A notícia da morte chegou por meio da filha da entrevistada. “Ela me ligou e disse que tinham encontrado o corpo de uma mulher perto da rodovia, quase na esquina de casa. Fui até lá e reconheci a minha irmã. O corpo estava enrolado, irreconhecível, mas o cabelo, as pernas e a roupa eram dela. Era a mesma roupa que vimos na terça-feira”, contou emocionada.

Segundo a irmã, Ana Paula era cadeirante desde os cinco anos de idade, em razão de paralisia infantil, e havia ganhado recentemente uma nova cadeira de rodas, já que a antiga havia quebrado. A cadeira e o celular da vítima não foram encontrados no local.

“Ela não desgrudava do celular, estava sempre com ele. E a cadeira também sumiu. A polícia precisa descobrir o que aconteceu. Foi muita crueldade”, desabafou.

A irmã destacou ainda que Ana Paula era uma mulher independente, apesar da deficiência. “Ela fazia tudo sozinha, limpava a casa, pegava ônibus para o centro, fazia suas coisas. Era alegre, comunicativa e não tinha inimigos.”

Ao chegar ao local, a familiar disse que encontrou o corpo totalmente coberto. “Estava todo enrolado, com um cobertor e um lençol branco, meio encardido. Parecia que tinham colocado ela ali. Sozinha, ela jamais conseguiria se enrolar daquele jeito. A cadeira é pesada, e ela não tinha força nas pernas. É impossível que tenha ido sozinha até lá”, afirmou.

A principal suspeita da família é de homicídio, e os parentes pedem empenho nas investigações. “A gente quer justiça. Que a polícia encontre quem fez isso com ela. Ela era indefesa, não tinha força para se proteger”, completou.

O corpo de Ana Paula foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para exames que determinarão a causa da morte. O caso foi registrado como morte suspeita e será investigado pelo 2º Distrito Policial de São Carlos.

O sepultamento foi realizado no último sábado, no Cemitério Nossa Senhora do Carmo.

Leia Também

Últimas Notícias