
A nova pesquisa de taxas de juros realizada pelo Núcleo de Pesquisas da Escola de Proteção e Defesa do Consumidor (EPDC) da Fundação Procon-SP revela que o custo do crédito continua alto no país. Mesmo com a taxa Selic mantida em 15% ao ano pelo Banco Central, o levantamento aponta aumento no empréstimo pessoal e manutenção das taxas no cheque especial.
De acordo com o Procon-SP, a taxa média do empréstimo pessoal chegou a 8,16% ao mês, uma alta de 0,07 ponto percentual em relação a outubro. O Bradesco foi o banco que mais elevou suas taxas, passando de 8,33% para 8,77% ao mês — um aumento de 5,28%. As demais instituições financeiras mantiveram os mesmos valores. Já no cheque especial, a taxa média permaneceu em 8% ao mês, teto máximo permitido pela Resolução nº 4.765/2019 do Banco Central.
A diretora adjunta de Estudos e Pesquisas do Procon-SP, Elaine da Cruz, alertou que o cenário de crédito caro exige cautela dos consumidores, especialmente neste período de promoções e festas.“Antes de se empolgar com as promoções da Black Friday e as compras de fim de ano, é importante o consumidor avaliar se realmente precisa recorrer ao empréstimo. Se for necessário se endividar para comprar, o desconto pode sair bem mais caro”, destacou.
Elaine também ressaltou que o momento é oportuno para renegociar dívidas antigas e planejar o uso do 13º salário de forma consciente.“Quitar débitos existentes pode ser mais vantajoso do que realizar novas compras financiadas, principalmente diante das altas taxas de juros. O crédito pode ser útil quando usado com planejamento, por exemplo, para substituir dívidas com juros maiores. Mas o consumidor deve evitar contratar empréstimos para comprar em promoções como a Black Friday, pois o risco de superendividamento é grande neste período do ano”, completou.
A pesquisa foi realizada no dia 4 de novembro de 2025 com os bancos Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú, Safra e Santander. O levantamento considera as taxas máximas pré-fixadas para clientes pessoa física não preferenciais, com prazo de 12 meses para empréstimo pessoal e 30 dias para cheque especial.
O Procon-SP reforça que o consumidor deve comparar as opções de crédito, verificar o Custo Efetivo Total (CET) e evitar o uso do cheque especial como complemento de renda, já que é uma das modalidades mais caras do mercado.
Veja aqui a pesquisa completa (PDF)





