quinta, 25 de abril de 2024
Qualidade de Vida

Whiplash (Síndrome do Chicote)

01 Ago 2018 - 06h00Por (*) Paulo Rogério Gianlorenço
Whiplash (Síndrome do Chicote) -

Whiplash, conhecido como síndrome do chicote ou lesão por desaceleração, passou a ser conhecido durante o auge das ferrovias, quando indivíduos envolvidos em acidentes de trem começaram a manifestar sintomas semelhantes, compreendido basicamente por dores cervicais e perda de amplitude de movimento, o quadro foi, então, denominado de railway spine (coluna da estrada de ferro).

Síndrome Whiplash ou Síndrome do Chicote é uma lesão causada por um movimento brusco de aceleração e desaceleração (movimento de chicote) imposto à região cervical. Este movimento súbito e abrupto da cabeça para trás em hiperextensão, para frente em hiperflexão ou para ambos os movimentos podem lesionar os músculos, ligamentos e articulações do pescoço.

Causas

  • Acidentes automobilísticos.
  • Traumas diretos na coluna cervical.
  • Queda de altura.

Os sinais e sintomas do whiplash são:

  • Alterações ósteomioarticulares;
  • Alterações neurológicas e psicológicas;
  • Cefaléias e algias torácicas;
  • Perda de amplitude de movimento (principalmente rotação);
  • Diminuição de reflexos e cognição;
  • Estiramentos musculares e ligamentares;
  • Distúrbios vestibulares, como vertigem e déficits de equilíbrio.
  • Dor cervical.
  • Dor nos ombros e nos braços.
  • Fraqueza nos braços.
  • Rigidez no pescoço
  • Diminuição de reflexos e cognição.
  • Zumbidos nos ouvidos.
  • Distúrbios na visão.

O diagnóstico é realizado através da história clínica e pelos sintomas apresentados pelo paciente, em conjunto com exames complementares de raios-X, tomografia computadorizada ou ressonância magnética.

A instabilidade permanente ocasionada pela síndrome do chicote, gera um déficit de cognição dos músculos profundos da cintura cervical, portanto, o re-treinamento dos músculos locais e mais profundos da região cervical, redefinindo a função de estabilidade, pode melhorar os sintomas, técnicas de mobilização articular e neural podem ajudar nas manifestações clínicas dessa síndrome.

Tratamento

  • Uso de analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes musculares.
  • Repouso.
  • Uso de colar cervical (órteses) para aliviar a tensão muscular e a dor.
  • Tratamento fisioterápico.
  • Tratamento osteopático.
  • Acupuntura.
  • Pilates.

Não existem dados claros sobre a sua incidência, pois nem sempre os casos são registrados. Dessa forma, a incidência é baseada em números estimados, no Reino Unido, por exemplo, atinge cerca de 250.000 habitantes por ano. No Brasil, estima-se que cerca de 300 a cada 100.000 indivíduos são atendidos pelos setores de emergência a cada ano, sendo que, embora a causa seja desconhecida, a maioria dos indivíduos acometidos é do sexo feminino, chegando a uma proporção de três mulheres para cada homem.

Prognóstico:

O prognóstico é muito relativo e difícil de prever. Normalmente, é baseado em fatores como, extensão da lesão, quadros clínicos associados, sexo, idade, fatores psicológicos, sociais, econômicos e demográficos e o tratamento realizado. Além disso, existem fatores físicos que influenciam negativamente no prognóstico, como, dor interescapular, parestesias, déficits neurológicos, cefaléia occipital e doença articular degenerativa pré-existente e fatores mecânicos, a não percepção de que o acidente vai acontecer, colisões posteriores e a posição do pescoço no momento da colisão, seja inclinado ou rodado.

A literatura mundial, especialmente a americana e a européia, fornece uma ampla fonte de conhecimento acerca da síndrome do chicote, visto que, a cada ano o número de trabalhos publicados é significativo, estes trabalhos, ressaltam a importância dessa síndrome para os profissionais da saúde, por todo seu complexo mecanismo de ação, porém, principalmente pelas implicações em relação ao tratamento do indivíduo que sofreu o mecanismo.

No entanto, no Brasil, observam-se poucas publicações relevantes em relação à síndrome, este fator pode ser fruto de desconhecimento ou negligência dos profissionais da saúde, sendo que ambas as possibilidades implicam em situações de risco para o indivíduo.

Dessa forma, sugere-se que a Síndrome do Chicote precisa ser de conhecimento dos profissionais da saúde desse país, para que os mesmos possam identificar o quadro e oferecer acompanhamento clínico adequado para que, dessa forma, seja possível diminuir o índice de conseqüências do movimento em chicote e diminuir o gasto imposto ao governo para esse tipo de tratamento.

O autor é graduado em Fisioterapia pela Universidade Paulista Crefito-3/243875-f Especialista em Fisioterapia Geriátrica pela Universidade de São Carlos e Ortopedia.

Esta coluna é uma peça de opinião e não necessariamente reflete a opinião do São Carlos Agora sobre o assunto.

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