quinta, 28 de março de 2024
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O que é um Psicopata?

10 Jun 2019 - 07h00Por (*) Bianca Gianlorenço
O que é um Psicopata? -

O termo “psicopata” caiu na boca do povo, embora na maioria das vezes seja usado de forma equivocada. Na verdade, poucos transtornos são tão incompreendidos quanto a personalidade psicopática. 

A psicopatia consiste num conjunto de comportamentos e traços de personalidade específicos. Encantadoras à primeira vista, essas pessoas geralmente causam boa impressão e são tidas como “normais” pelos que as conhecem superficialmente. 

No entanto, costumam ser egocêntricas, desonestas e indignas de confiança. Com frequência adotam comportamentos irresponsáveis sem razão aparente, exceto pelo fato de se divertirem com o sofrimento alheio. Os psicopatas não sentem culpa. Nos relacionamentos amorosos são insensíveis e detestam compromisso. Sempre têm desculpas para seus descuidos, em geral culpando outras pessoas. Raramente aprendem com seus erros ou conseguem frear impulsos.

Especialistas garantem que a maioria dos psicopatas é homem, mas os motivos para esta desproporção entre os sexos são desconhecidos. A frequência na população é aparentemente a mesma no Ocidente e no Oriente, inclusive em culturas menos expostas às mídias modernas.

Há alguns mitos relacionados a psicopatia:

 O primeiro é a crença de que todos os psicopatas são violentos, de fato, é comum que eles recorram a violência física ou sexual, para alcançarem seus objetivos, como no caso dos Serial Killers, porém a maioria não são violentos, e grande parte das pessoas violentas não são psicopatas.

O segundo mito diz que todos os psicopatas sofrem de psicose. Ao contrário dos casos de pessoas com transtornos psicóticos, em que é frequente a perda de contato com a realidade, os psicopatas são quase sempre muito racionais. Eles sabem muito bem que suas ações imprudentes ou ilegais são condenáveis pela sociedade, mas desconsideram tal fato com uma indiferença assustadora. Além disso, os psicóticos raramente são psicopatas. 

O instrumento mais usado entre os especialistas para diagnosticar a psicopatia é o teste Psychopathy checklist-revised (PCL-R), desenvolvido pelo psicólogo canadense Robert D. Hare, da Universidade da Colúmbia Britânica. O método inclui uma entrevista padronizada com os pacientes e o levantamento do seu histórico pessoal, inclusive dos antecedentes criminais. O PCL-R revela três grandes grupos de características que geralmente aparecem sobrepostas, mas podem ser analisadas separadamente: deficiências de caráter (como sentimento de superioridade e megalomania), ausência de culpa ou empatia e comportamentos impulsivos ou criminosos (incluindo promiscuidade sexual e prática de furtos).

 O primeiro passo para lidar com um psicopata no dia a dia, é identifica-lo, há algumas características que são típicas deles, como por exemplo:

  1. Encanto superficial;
  2. Mentiras sistemáticas;
  3. Ausência de sentimentos afetuosos;
  4. Ausência de consciência moral;
  5. Comportamentos impulsivos;
  6. Incorrigibilidade;
  7. Falta de adaptação social.

Feita a identificação, é bom você saber, que você não tem super poderes para fazê-lo mudar, então vai de cada um opinar por continuar se relacionando, seja qual for o tipo de relação existente, ou afastar-se.

Raramente essas pessoas buscam por tratamento, a terapia ajuda o psicopata a respeitar as regras sociais e prevenir atos criminosos, porém é muito difícil mudar os comportamentos psicopatas.

(*) A autora é graduada em Psicologia pela Universidade Paulista. CRP:06/113629, especialista em Psicologia Clínica Psicanalítica pela Universidade Salesianos de São Paulo e Psicanalista. Atua como psicóloga clínica.

Esta coluna é uma peça de opinião e não necessariamente reflete a opinião do São Carlos Agora sobre o assunto.

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