0 - De volta com a coluna sobre música no SCA. Hoje vou falar sobre a noite cidade. Esta, por sinal, anda passando por um período de efervescência no que diz respeito a shows de grande porte.
Há um ano, quando se falava em eventos com artistas renomados, a coisa ficava resumida aos shows feitos por rádios ou bancados pelo poder público. Esses, por sua vez, focavam principalmente em artistas populares.
Entre Julho do ano passado e fevereiro deste ano, a cidade terá recebido, pelo menos, 13 eventos de grande. Algo inédito para a cena local. Isso também significa que foram realizados cerca de 2 shows grandes por mês na cidade, ou seja, São Carlos se transformou em uma das principais rotas para grandes artistas nacionais.
Estiveram na cidade neste período nomes como Fabio Junior, Jota Quest, Rosa de Saron, O Rappa, Chitãozinho E Xororó, Luan Santana e Roupa Nova (Na Oasis Eventos). Angra e Malta (No Bazuah Eventos), Henrique e Juliano, Jads e Jadson, João Bosco e Vinicius e Sorriso Maroto no Banana Brasil, além das inúmeras atrações oferecidas pelo Sesc na mesma época. Isso sem contar as festas universitárias. E vem mais por aí em 2015!
Nesse período a cidade ganhou novas casas como Oasis Eventos e Bazuah, que investiram pesado em grandes atrações. Principalmente a Oasis, que sozinha trouxe nada menos que seis grandes atrações para São Carlos em menos de 6 meses e que já divulgou uma programação com Chiclete com Banana e Zezé de Camargo e Luciano para este primeiro trimestre do ano.
O tradicional Banana Brasil respondeu com uma agenda bombada de shows populares e conseguiu atrair grande público nesse período também. A casa, inclusive, já anunciou shows de Malta e Gustavo Lima para os próximos meses.
Apenas para comparação, no primeiro semestre de 2014 São Carlos mal recebeu artistas conhecidos (salve pelos eventos do Sesc, sempre ele). Já no segundo, a cidade se transformou na capital da balada, com grandes atrações em um curto espaço de tempo.
As perguntas que ficam são como isso refletiu na economia local? Será que o público tem grana pra ir há tantos shows? E a noite local, sentiu a pancada de ter que competir com tantos eventos de grande porte?
Parece que sim. Após essa avalanche de espetáculos, a cidade viu bares tradicionais como Beatnicks, St Patricks e Seven perderem espaço e público, o GIG se manter firme com seu público específico e o BlackBird, talvez a casa mais bacana da cidade (são 3 ambientes, duas atrações por noite), crescer e se consolidar.
Na economia, o reflexo é bastante interessante.
Imagine que cada show desses grandes custe R$ 50,00 em média (apenas o ingresso), para um cidadão comum, que só vai de pista. Some isto a um gasto médio de R$ 50,00 com bebida (para quem bebe pouco) e cerca de R$ 20,00 com estacionamento. Ao final da noite este cidadão terá gasto, no mínimo, R$ 120,00 com a balada. Agora imagine que esta pessoa saia de casa duas vezes ao mês para fazer estes mesmos programas. Lá se vão R$ 240 reais.
Se você multiplicar isso por 6 meses, a pessoa terá gasto R$ 1440,00 com balada apenas no ultimo semestre. E eu estou falando apenas de baladas. Exclua churrascos, happy hours, jantares, cinema e outros rolezinhos que costumamos fazer por aí com família e amigos.
Para a economia da cidade, isso é ótimo, pois o grande calendário de atrações movimenta o comércio, gera empregos e sem dúvida injeta mais dinheiro na economia local.
Para a população, eu acho interessante, pois é sempre legal que a cidade receba atrações de qualidade e que tenhamos opções de eventos para sair a noite.
Mas o mais interessante, é que mesmo com crise, falta de água, copa do mundo, eleição, aumento de preços de combustível, etc, etc, TODOS os shows tiveram públicos expressivos. Ou seja, com crise, ou não, o cidadão não abre mão de uma boa balada. E isso não deverá mudar.
Esqueça o título de "Capital da Tecnologia", pois São Carlos é, na verdade, a "Capital da Balada".
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