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Artigo Tati Zanon: Come chuchu, mas arrota peru

12 Nov 2015 - 06h45Por (*) Tati Zanon
Foto: Divulgação - Foto: Divulgação -

Com certeza, querido leitor, você já escutou a frase "come chuchu, mas arrota peru", expressão popularmente utilizada para se referir àqueles que adoram se exibir por aí, mesmo não tendo um tostão furado no bolso pra comprar o almoço do dia.

Certamente, você também deve conhecer inúmeros que podem se enquadrar na expressão perfeitamente. Eu mesma conheço diversas "figuras" desse tipo, e considero o Facebook a maior vitrine para tais exibicionistas de "quinta categoria" que não controlam seus gastos para manter (falsas) aparências. O que eu não sabia é que existia tanta gente no Brasil que se encaixa tão perfeita e lamentavelmente na expressão.

Em sua edição noturna do último dia 10, o Jornal da Cultura exibiu uma matéria na qual se afirma, com base em pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), que 25% dos brasileiros gastam além do que podem para agradar aos outros, sendo que casa, celular e roupas são os principais itens comprados por eles.

Um dos comentaristas daquela edição, o economista Antonio Corrêa de Lacerda, achou um culpado para essa porcentagem: o atual símbolo do status, também conhecido como "consumismo". Além de concordar com Lacerda, complemento sua fala: especialmente depois do estabelecimento total do padrão capitalista no mundo, o sucesso de uma pessoa passou a ser medido principalmente pela quantidade de bens que ela adquire. E com tantos "comedores de chuchu" que conhecemos por aí, não se duvida de tal afirmação.

Há pouco tempo, assisti a uma palestra do TED intitulada "Como fazer o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional", ministrada pelo roteirista britânico Nigel Marsh. Dentre as diversas coisas interessantes mencionadas por Marsh, ele afirma que pequenas atitudes que tomamos no dia a dia (como se reunir com amigos, jogar bola com o filho, fazer reuniões com a família etc.) são aquelas capazes de melhorar a qualidade de vida que temos hoje, e que investindo minimamente nos lugares certos é possível transformá-la radicalmente. Para Marsh, uma das consequências desse tipo de atitude seria, justamente, a de mudar o modelo de sucesso que se tem atualmente para algo menos vazio e mais enriquecedor espiritualmente.  

Caso isso realmente se concretize algum dia, será uma boa notícia aos "comedores de chuchu". Mesmo que não fará mais sentido exibir seus carrões, mansões e roupas de marca por aí, pelo menos eles poderão finalmente tirar a conta do vermelho, e viver com um pouquinho mais de dignidade.

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