(16) 99963-6036
sexta, 19 de dezembro de 2025
Colunistas

Artigo Edgard Andreazi: Regras foram feitas para ser quebradas, limites para ser respeitados

07 Jul 2017 - 06h31Por (*) Edgard Andreazi
Foto: Divulgação - Foto: Divulgação -

Se não fosse assim o jardineiro não poderia cortar a grama dos canteiros nos parques. Agentes de segurança e saúde não poderiam transitar acima dos limites de velocidade e principalmente com as sirenes ligadas após as 22:00 horas.

Só admiramos nossos super-heróis por conta de desrespeitarem as leis, no mínimo não obedecem a lei da gravidade, como o Super-Homem. O Batman não respeita qualquer lei de trânsito e nenhum deles acata qualquer lei trabalhista, mas são admirados por todos.

O estabelecimento de regras pressupõe a possibilidade da contravenção, a proibição desperta o instinto da desobediência. Isso nunca deu certo na história da humanidade e nunca vai dar. A criação de uma norma reflete sua contemporaneidade, representa a necessidade da organização de um determinado momento. Não deve haver qualquer convenção estabelecida que não sofra a corrosão do tempo. E o excesso de normatização na maioria das vezes causa conflito entre as interpretações, não apenas oferecendo margens absurdas de erros, sejam eles bem ou mal intencionados.

Convenções sociais são quebradas à todo tempo, pela simples razão de não corresponder ao presente, aliás, já não correspondem nem mesmo ao passado.

Vejamos um exemplo de regras contraditórias: Nossa legislação em nome da preservação dos direitos da criança, proíbe um menor de 16 anos de exercer atividade laboral. Não há dúvida que devem ser respeitados, não apenas os direitos, mas também a integridade física e moral de crianças e jovens. Tudo bem! Mas dois anos após, aos 18 anos, entendem que este mesmo jovem pode se alistar no serviço militar e aprender a utilizar um fuzil. Dos 16 aos 18 anos se faz um supletivo de cidadania?

Até o último dia dos 15 anos de um jovem ele é considerado uma criança, a partir do 1º dia dos 16 anos ele já está apto a votar. Parece data de vencimento de produto alimentício, um dia antes do vencimento está próprio para o consumo, no imediato dia seguinte está vencido e deve ser jogado fora.

A ineficiência das regras são causadas pela tentativa equivocada da pretensão de perpetua-las como certas e absolutas. A velocidade de mudanças no comportamento das pessoas não mais permite o enrijecimento de normas em desacordo com o momento presente.

Ao Invés de ajustarmos nossos manuais de conduta de comportamento, preferimos ficar discutindo choque das gerações, isso é mais do que uma redução na velocidade do nosso desenvolvimento, é o próprio retrocesso.

O título do artigo não é uma apologia à simples desobediência de normas, mas sim uma alusão a necessidade da quebra de paradigmas.

De uma forma geral, regras são proibitivas e ferem direitos. Limites protegem e respeitam a dignidade do indivíduo e da sociedade.

As informações acima são de total responsabilidade do autor.

http://media.saocarlosagora.com.br/_versions_/uploads/edgard_andreazi_nova_t140.jpg

(*) O autor, 52 anos, Empresário de Contabilidade, Graduado pelo Centro Universitário Claretiano, Pós-graduado em Administração Pública Municipal pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - Unirio.

e-mail - edgard@andreazimoreira.com.br

facebook - Edgard Andreazi Moreira

 

Leia Também

Últimas Notícias