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UFSCar: Pesquisador é premiado em congresso nacional por estudos inéditos com surdoatletas

Trabalhos pioneiros avançam na acessibilidade, avaliação fisioterapêutica e inclusão no Desporto Surdo

24 Nov 2025 - 14h02Por Jessica Carvalho R.
Pesquisador Gustavo Gonçalves se seus prêmios no evento - Crédito: Acervo pessoalPesquisador Gustavo Gonçalves se seus prêmios no evento - Crédito: Acervo pessoal

Pesquisas inéditas realizadas na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) estão ganhando destaque nacional e internacional ao promover avanços científicos em acessibilidade e inclusão dentro da fisioterapia esportiva. O fisioterapeuta Gustavo Viotto Gonçalves, pós-doutorando do Departamento de Fisioterapia (DFisio), foi premiado no XII Congresso Brasileiro e X Congresso Internacional de Fisioterapia Esportiva da Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva e da Atividade Física (SONAFE), realizado no último mês em Brasília (DF).

Gonçalves recebeu dois importantes reconhecimentos por estudos desenvolvidos durante seu doutorado e doutorado sanduíche na UFSCar e na The Ohio State University (EUA). Trata-se da primeira tese de doutorado do Brasil em Fisioterapia dedicada exclusivamente ao Desporto Surdo, além do primeiro trabalho internacional a traduzir e adaptar instrumentos fisioterapêuticos especificamente para surdoatletas.

Avanços inéditos para a inclusão no esporte

De acordo com o pesquisador, os resultados das investigações revelam desafios cruciais enfrentados por surdoatletas no atendimento fisioterapêutico, especialmente relacionados à comunicação e à ausência de protocolos adaptados.
“As pesquisas mostraram a carência de recursos e de profissionais com fluência em Libras no país, mas também apontaram caminhos promissores, como o uso de tecnologias visuais e táteis”, explica.

Entre os destaques, Gonçalves afirma que os estudos reforçam a importância da acessibilidade científica e clínica para essa população:
“Pesquisas com surdoatletas são fundamentais para promover acessibilidade, visibilidade e equidade dentro das ciências do esporte.”

Prêmios no maior congresso de fisioterapia esportiva do país

O primeiro reconhecimento recebido no evento foi na categoria Inovação e Avanços na Fisioterapia Esportiva, com o trabalho “Tradução, Adaptação e Validação de Conteúdo de Testes de Desempenho Físico para as Línguas Brasileira e Americana de Sinais”.

A segunda premiação foi ainda mais expressiva: 1º lugar no VIII Concurso de Monografias, Dissertações e Teses do Congresso, com a tese “Desporto surdo: avaliação fisioterapêutica e adaptação de testes de desempenho físico de membros superiores para surdoatletas”, defendida em fevereiro de 2025 no Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia (PPGFt).

A tese teve orientação da professora Paula Regina Mendes da Silva Serrão, coorientação de Natalia Duarte Pereira, ambas docentes do DFisio/UFSCar, e supervisão no exterior do professor Matthew Paul Brancaleone, da Ohio State University.

Contribuições científicas pioneiras

Além de introduzir protocolos inéditos para o Desporto Surdo, o projeto atualizou um modelo metodológico de tradução e adaptação de instrumentos da saúde para línguas de sinais, com resultados considerados altamente satisfatórios.

“As versões sinalizadas apresentaram excelente compreensão e aplicabilidade, mostrando que adaptações linguísticas e culturais são essenciais para garantir equidade nas avaliações fisioterapêuticas de surdoatletas”, destaca Gonçalves.

Valorização da comunidade surda

O pesquisador ressalta que as conquistas são, acima de tudo, coletivas.
“Ver minha tese reconhecida como a melhor do país é a confirmação de que estamos no caminho certo rumo a uma fisioterapia mais inclusiva. Esses prêmios representam todos os profissionais e surdoatletas que acreditam na importância da acessibilidade no esporte e na ciência”, afirma.

Ele destaca ainda que o LAPREM – Laboratório de Pesquisa em Reumatologia e Reabilitação da Mão, da UFSCar, é o primeiro grupo de pesquisa no Brasil dedicado especificamente à fisioterapia no Desporto Surdo, reforçando a necessidade de ampliar estudos sobre essa área ainda pouco explorada.

Continuidade das pesquisas

As investigações contam com apoio financeiro da Capes e do Programa Institucional de Internacionalização (CAPES-PrInt). Atualmente, Gustavo Gonçalves é bolsista de pós-doutorado da Fapesp no DFisio da UFSCar e segue desenvolvendo estudos no mesmo grupo de pesquisa coordenado pela professora Paula Serrão.

Mais informações sobre o congresso estão disponíveis no site oficial: congressosonafe.com.br.

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