
A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) está desenvolvendo uma pesquisa inédita na área da Psicologia para compreender como crianças hospitalizadas devido ao câncer desenvolvem processos de resiliência — e de que forma essas experiências impactam a vida adulta dos sobreviventes. A expectativa é que os resultados auxiliem profissionais da saúde a reduzir o sofrimento infantil durante o tratamento e minimizar consequências emocionais e sociais a longo prazo.
A pesquisa é conduzida pela doutoranda Viviana Lanfranchi Santos, do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGPsi) da UFSCar. Segundo ela, o tratamento oncológico infantil ainda apresenta desafios significativos no Brasil.“Muitas crianças são diagnosticadas tardiamente, porque os sintomas se confundem com outras doenças e há escassez de especialistas em várias regiões. O acesso ao tratamento é desigual, afetando principalmente famílias que vivem longe dos grandes centros. Os procedimentos são agressivos, com efeitos colaterais que causam grande sofrimento físico e emocional. As internações prolongadas afastam as crianças da rotina escolar, dos amigos, e geram medo, ansiedade e isolamento. As famílias também enfrentam intenso desgaste e nem sempre recebem o apoio necessário”, explica a pesquisadora.“As consequências desse processo podem se estender por toda a vida adulta, tornando urgente a melhoria das políticas públicas e das estratégias de cuidado”, completa.
Participação online
O estudo busca adultos que tiveram câncer entre os 7 e 12 anos de idade, passaram por internações durante o tratamento e concluíram o processo terapêutico há no máximo 20 anos.
A participação será totalmente online, por meio de entrevistas realizadas em dois a três encontros, conforme a disponibilidade de cada voluntário.
Interessados podem manifestar interesse preenchendo este formulário.
Dúvidas podem ser enviadas para o e-mail da pesquisadora responsável: vivianals@estudante.ufscar.br.
Sobre o estudo
A pesquisa tem orientação do professor Alex Sandro Gomes Pessoa, do Departamento de Psicologia (DPsi) da UFSCar, e coorientação do psicólogo Nichollas Martins Areco, do Setor de Oncologia e Hematologia Pediátrica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP).
O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 80808324.5.0000.5504).





