Crédito: PixabayA Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) está realizando um estudo na área da Educação Especial para compreender como pessoas que passaram a infância ou a adolescência em tratamento de doenças crônicas avaliam os atendimentos pedagógicos recebidos em classes hospitalares. A pesquisa também pretende identificar se esse acompanhamento influenciou a trajetória escolar e acadêmica dessas pessoas. Para isso, voluntários de todo o Brasil estão sendo convidados para participar de entrevistas remotas.
A responsável pelo estudo é Ana Elisa Peixoto Scavacini Machado, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação Especial (PPGEEs) da UFSCar. Ela explica que as classes hospitalares consistem em atendimentos pedagógicos realizados dentro de hospitais ou unidades de saúde, voltados a estudantes impossibilitados de frequentar a escola regular devido ao tratamento ou à condição clínica. “Esse atendimento pode ocorrer tanto de forma temporária quanto permanente”, destaca.
Segundo a pesquisadora, as doenças crônicas presentes no histórico dos voluntários geralmente têm prognóstico incerto e podem exigir internações recorrentes. “Essas condições impõem intervenções que vão desde mudanças no estilo de vida até o afastamento do convívio familiar. Para crianças e adolescentes, a hospitalização também provoca distanciamento do ambiente escolar, essencial tanto para o aprendizado cognitivo quanto para a construção de vínculos sociais”, explica.
Atividades pedagógicas minimizam prejuízos
Ana Elisa destaca que a interrupção dos processos educativos durante internações aumenta o risco de reprovação, evasão e até fracasso escolar. Em contrapartida, estudos mostram que a participação em atividades pedagógicas no período de hospitalização incentiva o retorno à escola após a alta e reduz os prejuízos decorrentes do afastamento prolongado. “Essas ações favorecem a retomada da escolarização e também oferecem momentos de interação e descontração, importantes para o desenvolvimento psicológico”, afirma.
A pesquisadora ressalta que o estudo pretende identificar os sentidos e valores atribuídos pelos participantes às atividades realizadas nas classes hospitalares. A análise envolve tanto aspectos pedagógicos — como a continuidade da aprendizagem e a reinserção escolar — quanto dimensões emocionais, relacionadas ao bem-estar e às experiências de socialização durante o tratamento. O trabalho também quer contribuir para as discussões sobre a necessidade de garantir a oferta desse serviço em hospitais com internação pediátrica.
Como participar
Podem se voluntariar pessoas maiores de 18 anos, de qualquer região do País, que tenham vivido uma doença crônica durante a infância ou adolescência e que, em função disso, tenham recebido atendimento pedagógico em classes hospitalares.
Os interessados devem entrar em contato com a pesquisadora pelo WhatsApp (11) 99800-5514 ou pelo e-mail aepsmachado@estudante.ufscar.br. Após o primeiro contato, será agendada uma conversa para apresentação da pesquisa e esclarecimento de dúvidas. Mediante consentimento, serão realizadas entrevistas individuais, em formato online, pelo Google Meet, em datas e horários definidos de acordo com a disponibilidade do participante.
O estudo, intitulado “Reverberações das classes hospitalares nas histórias de vida de pessoas com doença crônica”, é orientado pela professora Adriana Garcia Gonçalves, do PPGEEs,
Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 90878025.6.0000.5504).





