Crédito: DivulgaçãoNo final do século XIX, a grande potência mundial era a todo-poderosa Inglaterra, que vivia a segunda fase da Revolução Industrial.
Mas o que poderia ligar a monarca do Reino Unido, Rainha Vitória, a um lugarejo localizado nos sertões paulistas, como Santa Eudóxia?
A resposta está na qualidade do café produzido no local que hoje é distrito de São Carlos. Durante 18 anos, de 1881 a 1898, o produto alcançou as primeiras colocações na Bolsa de Café de Londres.
Além da qualidade, o “Café Santa Eudóxia” também chamava atenção pelo volume de produção. Eram, ao todo, um milhão de cafeeiros plantados na Fazenda Santa Eudóxia, que chegou a produzir, em 1887 e 1889, cerca de 60 mil arrobas.
À frente de tal empreendimento estava o empresário e político Francisco Cunha Bueno, que, ao comprar a Sesmaria do Quilombo, formou o que seria considerado o maior latifúndio das Américas: a Fazenda Santa Eudóxia.
Até 1884, a produção era escoada pela hidrovia do Rio Mogi Guaçu até Porto Ferreira e, de lá, seguia via ferrovia até o Porto de Santos.
Com a chegada da ferrovia a São Carlos, o transporte passou a ser feito pela estação central. Finalmente, em 1892, os trilhos chegaram também a Santa Eudóxia.
Na última década do século XIX, o povoado ganhou novo impulso. Famílias de São Carlos do Pinhal migraram para a região, fugindo da epidemia de febre amarela. Um dos resultados dessa migração forçada foi a construção da Igreja de Santa Eudóxia, financiada por vários fazendeiros são-carlenses.
O local chegou a ter mais de cinco mil operários trabalhando em diferentes indústrias.
Segundo historiadores, na região também existiu um quilombo, como relata Cincinato Braga em “Contribuição ao Estudo da História e Geografia da Cidade e Município de São Carlos do Pinhal”:
“É tradição que as proximidades da estação da Babylônia (...) foram anteriormente habitadas por escravos fugidos.”
Quando, em novembro de 1886, São Carlos do Pinhal recebeu a visita do imperador Dom Pedro II, foi o então coronel Francisco da Cunha Bueno, de Santa Eudóxia, quem o hospedou.
Ele havia construído um casarão especialmente para essa ocasião. Depois disso, recebeu o título de Visconde.
O palacete ainda existe, desafiando o tempo, na esquina das ruas Dom Pedro e Conde do Pinhal — por ironia, o maior adversário político de Cunha Bueno.
Água Vermelha
Mais modesto que a vizinha Santa Eudóxia, Água Vermelha também surgiu no final do século XIX, impulsionado pela prosperidade da economia cafeeira.
O local funcionava como entreposto para viajantes que passavam pela região ou vinham trabalhar nas fazendas.
Somente em 1948, Água Vermelha seria oficialmente definido como distrito de São Carlos.
O ramal ferroviário, construído pela Rio Claro Railway em 1892 e ligado à Estação de São Carlos, deu novo impulso à região, servindo como meio de escoamento da produção de café.
O ramal foi desativado em 1962, e os trilhos retirados dois anos depois.
O antigo armazém do ramal foi erguido na década de 1880. Em 1912, o imigrante italiano Francisco Pulsinelli, vindo da Fazenda Figueira Branca, em Santa Eudóxia, adquiriu o prédio, onde instalou um armazém de secos e molhados, que manteve suas atividades até a década de 1980.
Crédito: Divulgação
Crédito: Divulgação
Crédito: Divulgação
Crédito: Divulgação
Crédito: Divulgação
Crédito: Divulgação





