Centro de São Carlos - Crédito: SCAO mercado imobiliário de São Carlos e região está bastante otimista e apostando em um forte crescimento neste segundo semestre de 2025. A avaliação é de José Augusto Viana Neto, presidente do CRECISP – Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo. Com base em pesquisas mensais, Viana Neto afirma que a tendência é de alta nos negócios. Nesta entrevista, ele também aborda o problema da escassez de mão de obra na construção civil e as oportunidades que a TUSCA (Taça Universitária de São Carlos) deve gerar para famílias interessadas em disponibilizar imóveis para locações temporárias e garantir renda extra ainda este ano.
SÃO CARLOS AGORA – Como o mercado imobiliário deve movimentar São Carlos neste segundo semestre?
JOSÉ AUGUSTO VIANA NETO – Com base nas pesquisas que o Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo realiza mensalmente sobre o movimento do mercado imobiliário de São Carlos e região, temos a previsão de que o setor seguirá em rota de crescimento neste segundo semestre. O carro-chefe tem sido o programa Minha Casa Minha Vida.
SCA – Como estão caminhando os programas habitacionais do Governo Federal? São Carlos tem 400 apartamentos liberados pelo Minha Casa Minha Vida?
VIANA NETO – O Minha Casa Minha Vida tem sido o principal motor do mercado imobiliário, e São Carlos tem participação importante. Pelo histórico, temos certeza de que, no lançamento de novos empreendimentos, todos os imóveis serão vendidos de imediato, já que o déficit habitacional é grande e a produção não tem sido suficiente para atender à demanda.
SCA – São Carlos também foi contemplado com 100 casas do Casa Paulista.
VIANA NETO – O Casa Paulista é outro projeto vitorioso. Em todas as cidades em que foi lançado, o nível de adesão foi de 100%. São Carlos teve o privilégio de receber 100 unidades, representando uma ótima oportunidade para que ao menos 100 famílias conquistem o primeiro imóvel em condições extremamente vantajosas.
SCA – Como esses programas impactam a construção civil e a economia em geral?
VIANA NETO – Os programas sociais, que no passado eram vistos apenas como auxílio às famílias de baixa renda, tornaram-se o carro-chefe da economia. Os recursos liberados para atender à necessidade da casa própria movimentam a construção civil e toda a indústria periférica que a acompanha. Isso gera empregos, renda e aquece a economia. Portanto, além do atendimento social, esses programas impulsionam o desenvolvimento dos municípios.
SCA – São Carlos tem atualmente 89.998 pessoas com carteira assinada, segundo o CAGED (dados até julho de 2025). Desse total, 4.025, ou 4,47%, atuam na construção civil. Esse número pode crescer com novos empreendimentos?
VIANA NETO – A tendência é de crescimento. Contudo, enfrentamos uma crise específica: a falta de mão de obra. Mesmo com vagas abertas, não há profissionais disponíveis para ocupá-las. Esse é um problema urgente que precisa de solução.
SCA – Em novembro, São Carlos sedia a TUSCA, a maior festa universitária da América Latina, que movimenta mais de R$ 10 milhões e deve ampliar a procura por imóveis para locação temporária e rede hoteleira. Como o senhor avalia esse impacto no mercado imobiliário local?
VIANA NETO – Sem dúvida, a TUSCA atrai grande público. São Carlos, como cidade-sede, receberá muitos visitantes. Isso será uma boa oportunidade para famílias alugarem imóveis temporariamente, gerando renda extra. A situação é semelhante ao que ocorre em Belém do Pará com a COP na Amazônia, guardadas as proporções. Em São Carlos, há poucas opções de imóveis disponíveis para locação. Dessa forma, as famílias que desejarem disponibilizar suas propriedades por meio das imobiliárias terão boas chances de garantir ganhos adicionais.





