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sexta, 19 de dezembro de 2025
Comércio varejista

Injeção de 13º acelera vendas na reta final do Natal em São Carlos

Departamento de Economia (DE) da ACISC prevê aumento de faturamento entre 5% e 7%, descontada a inflação, na comparação com o mesmo período de 2024

19 Dez 2025 - 15h10Por Da redação
Comércio do centro de São Carlos: supermercados e lojas de vestuário e calçados estão entre os setores que mais vão vender neste fim de ano - Crédito: divulgaçãoComércio do centro de São Carlos: supermercados e lojas de vestuário e calçados estão entre os setores que mais vão vender neste fim de ano - Crédito: divulgação

Com o pagamento do 13º salário, o comércio se prepara para receber a maior parte dos consumidores. A expectativa é de um aumento de vendas de aproximadamente 7%, descontada a inflação. Em São Carlos, a ACISC, com a promoção “Natal Iluminado”, que vai sortear um automóvel Chevrolet Ônix, espera um grande movimento a partir desta sexta-feira.

Para atender os consumidores da melhor maneira, o comércio terá horário especial até a véspera do Natal e vai abrir, inclusive, neste domingo, 21 de dezembro. Somente a Prefeitura Municipal de São Carlos injetou, em dezembro, R$ 40 milhões em pagamentos de salários, além de R$ 12 milhões referentes à segunda parcela do 13º salário.

O economista Elton Eustáquio Casagrande, do Departamento de Economia (DE) da ACISC, afirma que a expectativa é de um aumento de faturamento entre 5% e 7%, descontada a inflação, na comparação com as vendas do mesmo período do ano passado. “Esses dados estão presentes em várias associações comerciais e também em federações comerciais espalhadas pelo Brasil”, afirma.

O economista ressalta que a massa de rendimentos de dezembro é a maior entre os 12 meses do ano. “Isso ocorre porque há o pagamento da segunda parcela do 13º salário, a distribuição de lucros e dividendos e também o pagamento de premiações. Dessa forma, o volume de recursos em uma época de festejos é bem grande, o que incentiva a propensão ao consumo”, destaca.

Segundo Casagrande, há uma concorrência entre consumo e poupança, mas existe uma clara propensão maior a consumir do que a poupar. Entre os segmentos que devem registrar aumento no consumo, destacam-se os supermercados, seguidos pelas lojas de vestuário. Farmácias e perfumarias aparecem em terceiro lugar. Em quarto lugar vêm os veículos; em quinto, peças e acessórios; e, em sexto, materiais de construção, seguidos por lojas de decoração.

O economista Elton Casagrande: O economista Elton Casagrande: “o volume de recursos numa época de festejos é bem grande e aí a propensão a consumir é incentivada”

VAREJO PAULISTA – O varejo paulista vai faturar 4% a mais em dezembro deste ano, em comparação com o mesmo período de 2024. Se as projeções se confirmarem, o setor alcançará um faturamento de R$ 149,7 bilhões no período — a maior receita para um único mês dentro da série histórica, iniciada em janeiro de 2008.

De maneira intrigante, esse desempenho representará uma desaceleração em relação a dezembro passado, quando as receitas subiram 7,3% em comparação com 2023, apontam os cálculos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Na capital, a projeção também é de crescimento de 4% em dezembro, ritmo menor do que o registrado em 2024, quando as vendas avançaram 6,8% em relação ao ano anterior.

A taxa de crescimento prevista para o mês do Natal está muito próxima do que deve ser o resultado do varejo paulista no ano: a projeção da Federação é de alta de 5% nas vendas do setor em 2025.

Além da forte base de comparação, a desaceleração é resultado de uma conjuntura complexa no país, marcada tanto por elementos positivos quanto por impasses significativos. De um lado, há um mercado de trabalho aquecido — o desemprego foi de 5,4% no trimestre encerrado em outubro, de acordo com o IBGE —, o que mantém o consumo e eleva a renda média. Os rendimentos do trabalho cresceram 4% no terceiro trimestre, segundo o Ipea.

De outro, os juros elevados acabam desestimulando as compras, principalmente de bens duráveis, como veículos ou eletrodomésticos, que dependem de crédito e parcelamento. Além disso, a inflação segue acima do teto da meta, embora em desaceleração.

CEIA E PRESENTES – Os números de dezembro serão impactados, sobretudo, pela demanda por itens da ceia de Natal, o que deve proporcionar aos supermercados um faturamento 6% maior do que no mesmo mês do ano passado. Como esse segmento tem peso relevante na composição do faturamento varejista, uma alta dessa magnitude impulsiona o resultado geral.

Além disso, a busca por presentes vai dinamizar alguns segmentos. As lojas de roupas e calçados devem ser as grandes beneficiadas, com a maior alta do mês, estimada em 9%. Em números absolutos, isso representa um acréscimo de R$ 1,4 bilhão em receitas.

A FecomercioSP aponta que, além da procura por produtos para presentear, o maior fluxo de pessoas nas ruas e nos shoppings — associado aos resquícios das promoções da Black Friday — tende a estimular muitos consumidores.

As farmácias e perfumarias também devem apresentar bom desempenho, com crescimento de 6%, seguindo a tendência de expansão praticamente ininterrupta do segmento nos últimos anos.

Para a entidade, é esperado que o varejo paulista registre o melhor Natal da história em termos de faturamento, mas há o alerta para a desaceleração observada no segundo semestre deste ano, o que indica que 2026 será um período desafiador.

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