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terça, 09 de dezembro de 2025
Trabalho

Desemprego recua para 5,6%, mostra IBGE, e São Carlos gera 763 vagas no trimestre

Trimestre encerrado em julho teve recorde de vagas com carteira assinada; em São Carlos, foram abertas 763 vagas

16 Set 2025 - 18h03Por Da redação
Carteira de Trabalho e Previdência Social: a indústria de São Carlos gerou a abertura de 378 vagas e a construção abriu outras 132 vagas  - Crédito: divulgaçãoCarteira de Trabalho e Previdência Social: a indústria de São Carlos gerou a abertura de 378 vagas e a construção abriu outras 132 vagas - Crédito: divulgação

A taxa de desemprego no trimestre encerrado em julho ficou em 5,6%, a menor da série histórica iniciada em 2012. No trimestre móvel anterior, a taxa era de 5,8%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em São Carlos, no período avaliado, foram gerados 763 novos postos de trabalho. O destaque ficou para a indústria, com a abertura de 378 vagas, enquanto a construção civil criou outros 132 empregos.

MENOR CONTINGENTE – O país tinha, no fim de julho, 6,118 milhões de pessoas desocupadas, o menor contingente desde o último trimestre de 2013 (6,1 milhões). O número de ocupados atingiu o recorde de 102,4 milhões.

O trimestre foi marcado também pelo recorde no número de trabalhadores com carteira assinada, que chegou a 39,1 milhões.

Com esses dados, o nível de ocupação percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar manteve o percentual recorde de 58,8%.

ATIVIDADE ECONÔMICA EM ALTA – O economista Sérgio Perussi ressalta que os números levantados na pesquisa para o trimestre de maio a julho mostram que a atividade econômica do país se mantém firme e reduzindo, aos poucos, o nível de desemprego, o que não pode deixar de ser comemorado.

“Dos aproximadamente 100 milhões de pessoas em idade ativa para o trabalho, 6 milhões ainda estão sem ocupação, sendo 2,5 milhões desalentados, aqueles que já ‘cansaram’ ou desistiram de procurar emprego. Também é interessante observar que, dos 100 milhões de brasileiros em idade de trabalhar, cerca de 40 milhões atuam informalmente, representando, portanto, 40% da força de trabalho. Esse é o grande desafio para o país: inserir mais trabalhadores no mercado formal, o que significa proporcionar a essas pessoas uma vida mais digna”, destaca o economista.

Mas o resultado para o trimestre, segundo Perussi, deve ser celebrado sob uma ótica estrita, sem entrar em considerações sobre como esse resultado tem sido alcançado e os reflexos em outros parâmetros importantes, como o equilíbrio fiscal.

“Para São Carlos, os números são positivos, refletindo o cenário nacional, com aumento no número de empregados na indústria tradicional e no setor de construção. O recuo do emprego na área de serviços pode ser motivado, entre outras causas, por ajustes no quadro de funcionários de empresas do setor, que passam por processos de racionalização em função do aumento do uso da inteligência artificial.”

De acordo com William Kratochwill, analista da pesquisa, o resultado do trimestre sustenta o bom momento do mercado de trabalho.
“O mercado se mostra aquecido, resiliente, com características de expansão. O estoque de pessoas fora da força de trabalho vem diminuindo”, afirma.

A pesquisa do IBGE apura o comportamento do mercado de trabalho para pessoas com 14 anos ou mais e leva em conta todas as formas de ocupação, seja com ou sem carteira assinada, temporário ou por conta própria. Só é considerada desocupada a pessoa que efetivamente procura uma vaga. São visitados 211 mil domicílios em todos os estados e no Distrito Federal.

O IBGE também faz um mapeamento das pessoas que estão fora da força de trabalho, que ficou em 65,6 milhões, estável em relação ao trimestre móvel anterior. A população desalentada aqueles que não procuraram emprego por acreditar que não conseguiriam vaga recuou 11% no trimestre e alcançou 2,7 milhões de pessoas.

Para Kratochwill, os indicadores mostram que as pessoas que deixaram a condição de desocupadas “não estão se retirando da força de trabalho ou caindo no desalento, mas realmente ingressando no mercado de trabalho”.

O levantamento mostra que a ocupação no período de maio a julho foi puxada por três dos dez grupamentos pesquisados:

  • Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura: mais 206 mil pessoas;

  • Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas: mais 260 mil pessoas;

  • Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais: mais 522 mil pessoas.

A análise dos dados aponta que a taxa de informalidade chegou a 37,8%. No trimestre anterior, era 38%. A taxa de julho de 2025 é a segunda menor já registrada, perdendo apenas para julho de 2020 (37,2%), quando, em plena pandemia, os trabalhadores informais foram os mais afetados pelo desemprego, sendo expulsos do mercado de trabalho por isso a taxa ficou menor à época.

Apesar da redução da informalidade, o número de trabalhadores sem vínculo formal, ou seja, sem todas as garantias trabalhistas, ficou em 38,8 milhões, acima do trimestre anterior (38,5 milhões). “Como houve aumento na população com emprego formal, a taxa de informalidade caiu”, explica Kratochwill.

O analista do IBGE ressalta que esse crescimento da parcela informal não teve significância estatística.

RENDIMENTO – O rendimento do trabalhador no trimestre encerrado em julho ficou em R$ 3.484, o maior para o período. No entanto, foi levemente inferior ao trimestre terminado em junho (R$ 3.486).

A massa de rendimentos, que é o total de renda do conjunto dos trabalhadores, alcançou R$ 352,3 bilhões, ficando 2,5% acima do segundo trimestre.

ADIAMENTO – A data original de publicação da Pnad para o trimestre encerrado em julho era 29 de agosto, mas o IBGE precisou adiar a divulgação em 18 dias por problemas técnicos.

(Com informações da Agência Brasil).

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