Um dos gatos resgatados - Crédito: Maycon MaximinoNa manhã desta segunda-feira (22), a equipe de Fiscalização do Bem-Estar Animal de São Carlos esteve em uma residência no bairro Cidade Jardim após denúncias feitas desde o início do ano e a circulação de vídeos nas redes sociais mostrando gatos vivendo em condições precárias.
Ao chegar ao imóvel, na Rua dos Inconfidentes, os fiscais encontraram o portão aberto e localizaram uma caixa com quatro filhotes e dois gatos adultos debilitados. Os animais foram recolhidos e encaminhados ao canil municipal. De acordo com a equipe, já em março deste ano o local havia sido vistoriado, ocasião em que foram encontrados cerca de 30 gatos, muitos em situação de abandono. Na época, o proprietário, um servidor público de 70 anos, dificultou o trabalho da fiscalização, impedindo que os animais fossem levados para castração.
Nesta segunda-feira, o homem não estava na residência no momento da chegada das equipes, mas compareceu depois. Ele se recusou a permitir a entrada da fiscalização no interior da casa, o que levou à intervenção da Guarda Municipal. O caso foi registrado na CPJ (Central de Polícia Judiciária) como maus-tratos a animais.
Segundo o subsecretário de Defesa Animal, Samir Gardini, a Prefeitura já vinha acompanhando a situação e orientou o proprietário no início do ano a procurar o canil para a castração dos animais. “Essas denúncias começaram desde janeiro. O proprietário foi orientado a fazer contato com o canil para castrar os gatos, mas isso não teve continuidade. Ontem e hoje recebemos muitas denúncias e, em diligência, constatamos animais doentes, sendo que um deles estava em estado crítico. Isso já caracterizou maus-tratos”, destacou.
Gardini ressaltou que a recusa do homem em permitir a entrada da fiscalização será investigada no inquérito policial. “Ele alegou questões pessoais para não permitir a vistoria, mas agora isso fará parte da investigação. O delegado deve solicitar perícia e o Ministério Público também será comunicado. O caso será detalhado e acompanhado”, afirmou.
O subsecretário lembrou ainda que a situação vai além do bem-estar animal. “É também um problema de saúde pública e de vizinhança. A Prefeitura tem trabalhado para estruturar o Departamento de Bem-Estar Animal e ampliar ações como feiras de adoção e o futuro centro cirúrgico para controle populacional. Mas é fundamental que as pessoas tenham consciência de que maus-tratos é crime e que o animal não é brinquedo, é um ser vivo que exige responsabilidade”, concluiu.









