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sábado, 13 de dezembro de 2025
Aposta em um futuro promissor

Sete atletas superam mais de 2 mil quilômetros por um sonho no handebol feminino em São Carlos

Jogadoras de Araripina e Petrolina passam a integrar o H7 Esportes e irão representar São Carlos em jogos de handebol feminino

10 Abr 2023 - 10h17Por Marcos Escrivani
Paulo com as atletas que vieram para reforçar o H7 Esportes: agora, são-carlenses de coração - Crédito: Marcos EscrivaniPaulo com as atletas que vieram para reforçar o H7 Esportes: agora, são-carlenses de coração - Crédito: Marcos Escrivani

O técnico Antonio Carlos Rodrigues, que comanda a equipe de handebol feminino H7 Esportes está otimista: vai contar em 2023 com sete atletas (de 17 e 18 anos) que definiu como “meninas de muito potencial” e que irão agregar esportivamente o grupo. Tanto nas categorias juvenil como na adulto. Mas para estas atletas, a oportunidade é dupla: além do lado esportivo, já que o Estado de São Paulo é um campo considerado cheio de oportunidades, poderão dar sequência aos estudos.

Assim, oito jogadoras oriundas de Pernambuco iniciaram uma nova etapa em suas vidas. Foram trazidas pelo então técnico Paulo Antonio da Silva, após entrarem em comum acordo. Todas buscam conciliar dois sonhos: realizarem-se como atletas na modalidade escolhida e ainda, formarem-se profissionalmente em São Carlos.

Todas superaram mais de dois mil quilômetros. Gabi, de 17 anos, é natural de Petrolina e deixou a família, a 2.275,3 mil kms. As demais, de Araripina, a 2.435 mil kms. Para se ter uma ideia, mais de dois dias em um ônibus.

UMA HISTÓRIA DE SUPERAÇÃO

Atuante na editoria de esportes em São Carlos, sendo o único órgão de imprensa que abre as portas para quem promove ou participa de eventos esportivos, a reportagem do São Carlos Agora teve acesso a história de superação de Paulo Antonio da Silva e de suas atletas.

Há 12 anos se dedicando ao handebol feminino em Araripina, Paulo disse que na verdade é um voluntário e estagiário e estuda no intuito de se formar como técnico na modalidade.

Sua ligação com o “hand” começou em Araripina, quando as filhas Natália e Paula se apaixonaram pela modalidade. “Naquela época, há 12 anos, em Araripina não tinha expectativa para a modalidade. Então, com a família, mudamos para Teresina e passei a integrar a seleção. Comecei a fazer a universidade online (Educação Física). Tudo para poder estar mais próximo às minhas filhas e incentivá-las”.

Em Teresina, Paulo disse que iniciou a formação de equipes de handebol e alojava em sua casa durante 10 anos, diversas atletas. “Contei com o importante apoio e incentivo de minha esposa (Zildete Pereira Leal Silva) que era meu braço direito. Cozinhava e olhava todas as meninas. Era a segunda mãezona delas”, reconheceu.

Após 10 anos e com experiência agregada em Teresina, Paulo retornou em 2022 para Araripina e criou uma associação com o intuito de dar oportunidades para jovens atletas da cidade no handebol.

“Lembro ainda que no período que treinava a seleção de Teresina viajei pelo Brasil e acumulamos títulos. Fiquei conhecido no interior paulista e mantinha contato com vários profissionais. Até que surgiu a oportunidade desta parceria com a equipe de São Carlos pós-pandemia”, frisou.

FOCO NO ESPORTE E NA EDUCAÇÃO

“Em São Carlos, a recepção foi ótima. Pessoas gentis, extraordinárias e atenciosas”. Assim definiu Paulo sob a sua chegada e das oito jogadoras a São Carlos. “Confesso que tentamos outras equipes, mas optamos pelo H7”, emendou.

De acordo com Paulo, a expectativa sobre a estadia das jovens pernambucanas na cidade é a melhor possível. “Mas não somente esportivamente. Sabemos que as oportunidades são muito maiores, mas a nossa meta e, principalmente educacional. Todas têm como meta fazer cursos universitários, pois há em São Carlos a USP e a UFSCar”, disse. “O nível de conhecimento é extraordinário”, emendou.

JOVENS TALENTOS

O portal teve a oportunidade, ainda, de conversar com duas talentosas pernambucanas. Sonhadoras, Gabi e Emmily mostraram simpatia e mostraram ser articuladas. Querem brilhar dentro da quadra e serem profissionais, fora delas.

Natural de Petrolina, Gabi, 17 anos, disse que há sete dedica-se ao handebol. “É um esporte legal e sou apaixonada por ele. Adquiri disciplina no handebol. Em Pernambuco não temos muitas oportunidades. E no Estado de São Paulo, as oportunidades são amplas”, disse.

Gabi disse que paralelamente aos jogos e treinos, irá fazer o terceiro grau e a meta é se formar em Fisioterapia. Porém, como é amante do ‘hand’, revelou sou sonho. “Disputar a Liga Nacional, brilhar e chegar a seleção brasileira. Por que não?”, indagou.

Já a araripinense Emmily, de 18 anos afirmou que se espelhou em sua mãe. “Jogo há seis anos e me aproximei do ‘hand’ porque minha mamãe (Leoneide) era goleira. Então o amor pelo esporte passou de mãe para a filha”, disse orgulhosa.

Entretanto sua vinda para São Carlos deu-se pelo fato de, em sua cidade, faltar ‘campo’ para a prática do handebol. “Lá (Araripina) não tínhamos chance de evoluir. Era parado. Aqui, tem mais oportunidade e o esporte é mais valorizado”, disse a araripinense. “Quero me formar em Educação Física, continuar no esporte (de preferência no hand) e jogar até onde conseguir. Acredito que, com força de vontade e resiliência, não há limites para nossos sonhos”, finalizou.

UMA COINCIDÊNCIA FELIZ

A aprovação de quase a totalidade de sua equipe nas provas vestibulares deixou Antonio Carlos feliz. Afinal, todas as suas atletas poderão seguir a carreira profissional. Porém, a “notícia ruim” é elas foram aprovadas em universidades em outras cidades. Assim, perdeu a maioria das atletas. “Nossas metas são esportiva e educacional. Por isso estamos felizes por todas nossas atletas que irão seguir carreira. Mas esportivamente, como pretendemos continuar com equipes de alto rendimento, fomos atrás de novos talentos e a chegada dessas oito atletas foi fundamental para a sequência do trabalho que realizamos em São Carlos”, comentou.

Sobre a chegada dos novos reforços, Antonio Carlos salientou que todas tem muito potencial e a meta é trabalha-las técnica e taticamente. “Tenho convicção que nossos times juvenil e adulto terão muito a ganhar. Vamos em busca de boas participações e representar bem nossa cidade em todas as competições”, finalizou.

QUEM CHEGA

Abaixo, a relação dos reforços das talentosas pernambucanas que irão representar São Carlos a partir de 2023

Ana Beatriz Leal, 17 anos, ponta esquerda

Beatriz Lopes da Silva, 18 anos, central/pivô

Gabrielly Thainara Souza de Souza, 17 anos, armadora/ponta direita

Paula Vitória de Carvalho Brito, 17 anos, a armação direita/esquerda e ponta esquerda

Andressa Tamara Rocha Feitosa,17 anos, central/ponta esquerda

Emmily Rayane da Silva Soares, 18 anos, ponta direita

Wevelli Silva do Nascimento, 17 anos, armação esquerda/direita e pivô

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