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Lesão no menisco é uma das cirurgias ortopédicas mais comuns

21 Jul 2020 - 08h00Por Divulgação
Lesão no menisco é uma das cirurgias ortopédicas mais comuns -

A lesão no menisco é um dos principais motivos para realização de cirurgia por ortopedistas. Ainda que muitas vezes considerada um procedimento de menor porte e pronta recuperação, os resultados insatisfatórios são comuns.

Os meniscos são duas cartilagens com o formato da letra “C” que ficam dentro do joelho e ajudam a apoiar o fêmur (osso da coxa) sobre a tíbia (osso da perna). Eles ajudam no amortecimento das forças de impacto e, também, ajudam na estabilidade do joelho.

As lesões de menisco são muito diferentes umas das outras.O tratamento, da mesma forma, também será diferente. Em alguns casos, o paciente chega ao consultório com o joelho bloqueado, sem conseguir esticar. A cirurgia pode ser necessária até mesmo em caráter de urgência.

Em outros casos, a lesão do menisco pode ser simplesmente um achado de exame. Estudos mostram que, ao realizar uma ressonância magnética do joelho em pacientes acima de 40 anos e sem qualquer tipo de queixa relacionada ao joelho, lesões nos meniscos serão observadas em aproximadamente 30% dos exames.

A maior parte dos pacientes, porém, fica e um espectro intermediário. Nestes casos, a decisão de tratamento deve ser feita caso a caso, a partir das queixas do paciente, daquilo que se observa ao examinar o joelho e dos achados nos exames de ressonância magnética. Assim, fazer uma avaliação com um ortopedista especialista em joelho é fundamental, não devendo o tratamento ser decidido apenas com base nos achados da ressonância magnética.

  • Na história clínica, dores que se iniciaram após um trauma e que pioram com o apoio do peso e com movimentos torcionais do joelho sugerem um problema de origem mecânica. A cirurgia costuma ser necessária nestes casos. Quando o paciente não consegue precisar como a dor começou ou quando apresenta dor mesmo no repouso, a dor tende a ser vista como parte de um processo de desgaste no joelho, A cirurgia, nestes casos, tende a apresentar resultado insatisfatório.
  • No exame físico realizado pelo médico, procura-se observar onde a dor está localizada e quais os movimentos que desencadeiam a dor. É importante que se correlacione a localização da dor com a localização da lesão observada no exame de ressonância magnética. Além disso, quando o paciente consegue indicar com o dedo onde está doendo, a tendência é em se optar pelo tratamento cirúrgico.
  • Os exames de ressonância magnética mostram qual o formato e o tamanho da lesão. As lesões mais extensas e com sinais de instabilidade tendem a ser tratadas cirurgicamente, ao passo que lesões de aspecto degenerativo conforme as características da imagem são tratadas sem cirurgia. Além disso, os exames de imagem são importantes para identificar o desgaste da cartilagem articular, que pode mudar completamente o tratamento proposto.

Todas estas características acima servem para nortear o ortopedista na escolha do tratamento, mas muitos (se não a maioria) dos casos ficam em um espectro intermediário entre aquelas que necessitam de cirurgia e aquelas que definitivamente não devem ser operadas. Nestes casos, a melhor coisa a ser feita é tentar o tratamento sem cirurgia por um a dois meses. Caso a resposta tenha sido insatisfatória, o ortopedista terá maior segurança para indicar o procedimento.

 

Dr. João Hollanda

O dr. João Hollandaé médico ortopedista especialista em cirurgia do joelho e médico da Seleção Brasileira de Futebol Feminino.

 

 

 

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