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domingo, 14 de dezembro de 2025
Qualidade de Vida

Fascite Plantar

28 Mar 2018 - 04h35Por (*) Paulo Rogério Gianlorenço
Fascite Plantar -

A fascite plantar é uma inflamação na fáscia plantar, tecido que se estende na sola do pé ligando o calcanhar aos dedos, trata-se de uma condição comum e dolorosa desencadeada pelo estresse e esforço excessivo na região.

A doença geralmente causa dor na sola do pé, desconforto ao caminhar ou correr e sensação de sensibilidade. A fascite plantar é uma das patologias mais comuns que atingem o pé e apresenta um empecilho ao paciente para realização de qualquer atividade que envolva movimentação.

A doença se manifesta principalmente  entre os 40 e 60 anos, também ocorre em pessoas mais jovens que utilizam muito os seus pés como desportistas, a fascite plantar pode acontecer em apenas um pé ou em ambos os pés ao mesmo tempo. Pode afetar homens e mulheres, pessoas com sobrepeso, atletas, especialmente os corredores, bailarinos, ginastas, e mulheres por causa do uso freqüente de sapatos com saltos muito altos estão mais sujeitas a desenvolver essa condição.

É importante não confundir a fascite plantar com o esporão do calcâneo, são duas patologias diferentes, embora possam ser desencadeadas por lesões muito semelhantes, microtraumatismos e inflamação crônica na região do calcanhar, nas proximidades da inserção do tendão de Aquiles, no caso específico do esporão, surgem depósitos de cálcio debaixo ou atrás desse osso, formam saliências parecidas com ganchos que lembram as esporas dos pés dos galos. Esporões do calcâneo podem provocar uma dor aguda, em pontada, que piora com o movimento e melhora com o repouso.

Geralmente a fascite plantar é um transtorno de bom prognóstico, mas a recuperação costuma ser bastante lenta.

Embora ainda não se conheça a causa exata da fascite plantar, na maioria dos casos, a dor forte característica do transtorno é provocada pelo estiramento excessivo da fáscia plantar ou pela repetição de microtraumatismos nessa estrutura que dá sustentação e estabilidade ao arco plantar. Em outras palavras: é a fáscia plantar que ajuda a manter a curvatura do pé firme, graças à sua capacidade de amortecer e distribuir o impacto.

Segundo o SBED (Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor), estudos recentes têm demonstrado que a dor própria da fascite plantar pode estar associada “a uma alteração estrutural mais condizente com processos degenerativos” causada pela prática exagerada de exercícios físicos, sobrepeso ou idade.

A fascite plantar é mais provável de acontecer se você:

  • Tem arcos dos pés altos (pé cavo) ou pés chatos.
  • Anda, fica de pé ou corre por longos períodos de tempo, especialmente em superfícies duras.
  • Está acima do peso.
  • Usa sapatos que não calçam bem, como salto alto, ou estão desgastados.
  • Tem pisada excessivamente pronada, o que ocorre em pessoas com “pé chato” (arco do pé mais plano e fraco), o que força mais a fáscia plantar.

O sintoma característico da fascite plantar é uma dor forte, em facada, debaixo do pé, perto do calcanhar, essa dor é mais intensa pela manhã, mas alivia durante o dia, com a deambulação (caminhada).  Nada impede, porém, que ela surja em qualquer ponto da fáscia, depois de longos períodos em pé, ou depois de subir escadas ou repousado um pouco.

Inchaço (edema) e vermelhidão (eritema) são outros sinais de inflamação que podem estar presentes nos quadros de fascite plantar. Portadores dessa condição  podem apresentar também dificuldade para realizar o movimento de dorsiflexão do pé, isto é, apresentam dificuldade para trazer a ponta do pé na direção da canela.

Sem tratamento, a dor da fascite plantar pode tornar-se crônica e provocar alterações na marcha que revertem em lesões no joelho, quadris e coluna.

O diagnóstico pode ser feito pelo ortopedista ou fisioterapeuta. Os exames são realizados a partir da análise dos sintomas do paciente e testes específicos que provocam dor no local atingido pela inflamação.

O profissional de saúde deve se concentrar em descobrir a causa da fascite plantar, assim iniciar com o paciente o tratamento adequado para regredir a inflamação e prevenir seu retorno.

É realizado uma investigação do histórico do paciente, avaliando as condições que fica exposto no ambiente de trabalho e ao realizar esportes. Também é necessário analisar o formato do arco do pé do indivíduo e se os sapatos que costumam utilizar estão adequados para as atividades que realizam.

Para excluir a possibilidade de a dor ser causada por um distúrbio neurológico, o paciente deve andar na ponta dos pés e calcanhar para que os sintomas sejam avaliados. A localização exata da fascite plantar só pode ser determinada após a região ser apalpada e comprimida.

A partir desses pequenos testes, o médico também procura por sinais de rigidez para garantir que os sintomas não são causados por uma limitação articular.

Exames de imagem, como radiografia, não são capazes de identificar a fascite plantar, mas o médico especialista pode requisitar a realização de algum para descartar a presença das seguintes doenças: Esporão ósseo; Fraturas por estresse; Artrite; Síndrome do túnel tarsal (compressão do nervo tibial); Síndrome de reiter (doença reumatológica); Entorse do tornozelo.

Fascite plantar tem cura, mas o tratamento é lento, durando cerca de um ano a 18 meses, e depende do paciente realizá-lo corretamente para não esforçar mais a fáscia, os métodos variam de procedimentos caseiros, utilização de remédios analgésicos ou antiinflamatórios e fisioterapia. O objetivo do tratamento é desinflamar a região na intenção de melhorar a circulação sanguínea e, se houver nódulos, desfazê-los dos tendões.

(*) O autor é graduado em Fisioterapia pela Universidade Paulista Crefito-3/243875-f Especialista em Fisioterapia Geriátrica pela Universidade de São Carlos e Ortopedia, atua em São Carlos. Dúvidas e Sugestões: paulinhok10@hotmail.com / Facebook Paulinho Rogério Gianlorenço.

Esta coluna é uma peça de opinião e não necessariamente reflete a opinião do São Carlos Agora sobre o assunto.

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