Apesar de estar disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e fazer parte do Calendário Nacional de Imunização, a procura nas unidades de saúde de São Carlos pela vacina HPV ainda é baixa.
A vacina é voltada para meninas de 9 a 14 anos, meninos de 11 até 14 anos e pacientes com HIV/AIDS, oncológicos e transplantados de 9 a 26 anos, sendo a principal forma de prevenção contra o aparecimento do câncer do colo de útero, a quarta maior causa de morte entre as mulheres no Brasil. Nos homens, protege contra os tumores de pênis, orofaringe e ânus. Além disso, evita mais de 98% das verrugas genitais, condição cheia de estigmas e de difícil tratamento.
Em São Carlos desde início de 2018 somente 522 doses foram aplicadas em meninas, sendo 160 (janeiro), 66 (fevereiro), 95 (março), 64 (abril) e 137 (maio). Em meninos foram aplicadas 692 doses, 210 (janeiro), 81 (fevereiro), 137 (março), 103 (abril) e 161 (maio). A meta é vacinar 4.500 adolescentes, de cada sexo, até o final do ano.
Segundo o Ministério da Saúde mais da metade dos jovens brasileiros entre 16 e 25 anos possuem algum tipo de HPV. E, 38,4% deles, tratam-se dos subtipos de alto risco, associados ao câncer. Ainda de acordo com o Ministério meninos e meninas devem tomar duas doses da vacina contra HPV, com intervalo de seis meses entre elas. Para as pessoas que têm HIV o esquema vacinal é de três doses (intervalo de 0, 2 e 6 meses). Os pacientes com HIV precisam apresentar prescrição médica para receber a imunização.
“A resistência que ainda se observa quando analisamos a vacinação contra o HPV se deve, principalmente, à falta de informação. A vacina é segura e importante para o futuro dos jovens. Como é permitida a partir dos 9 anos para as meninas e a partir dos 11 anos para os meninos, é essencial que os pais tenham consciência de que esta é uma proteção a ser adotada agora para a segurança dos filhos no futuro”, destaca Kátia Spiller, supervisora da VIGEP.
Vale lembrar que o HPV é transmitido pelo contato direto com mucosas infectadas por meio de relação sexual e também pode ser transmitido da mãe para filho no momento do parto. Se seguido à risca, esse esquema vacinal protege contra quatro subtipos desse vírus (6, 11, 16 e 18), com 98% de eficácia.