(16) 99963-6036
sexta, 12 de dezembro de 2025
Memória

Elydia Benetti, primeira vereadora de São Carlos, completaria 119 anos

Em 1948, quando a professora se elegeu, São Carlos ainda era o embrião do centro universitário e de alta tecnologia que se tornaria nas décadas seguintes

19 Ago 2025 - 17h36Por Marco Rogério
A professora Elydia Benetti: ela participou da fundação da Associação dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP), que teve o seu berço em São Carlos e faleceu há 60 anos  - Crédito: divulgaçãoA professora Elydia Benetti: ela participou da fundação da Associação dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP), que teve o seu berço em São Carlos e faleceu há 60 anos - Crédito: divulgação

Se estivesse viva, a professora Elydia Benetti, doutora em Matemática pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, completaria 119 anos nesta terça-feira, 19 de agosto.
Ela marcou seu nome na história política da cidade a partir de 1948, quando se tornou a primeira mulher a exercer mandato na Câmara de Vereadores. Durante o mandato, até 1951, fez parte da Mesa Diretora como 1ª Secretária e, por diversas vezes, presidiu as sessões legislativas.

Passados quase 80 anos, é possível imaginar a dimensão do desafio enfrentado pela professora Elydia como única mulher a exercer a vereança naquele tempo. Na época, São Carlos ainda era o embrião do centro universitário e de alta tecnologia que se tornaria nas décadas seguintes. Elydia impôs-se pela coragem e pela cultura, tendo destacada atuação nas comissões técnicas da Câmara.

Perguntado sobre quais eram os seus mestres inesquecíveis, Mário Tolentino costumava citar a professora Elydia Benetti. E o fazia com justiça, pois a lembrança de seus ensinamentos acompanhou muitas gerações de são-carlenses.

A professora Elydia foi um modelo de educadora que transpôs os limites da sala de aula para lançar ensinamentos à sociedade de seu tempo. Lecionou de 1928 a 1958, quando se aposentou. “Aquela que fora, nos estabelecimentos educacionais de nossa cidade, a viga mestra que jamais deveria ruir, para o bem dos estudantes são-carlenses”, no dizer de Anita Censoni, deixou um exemplo dignificante de amor ao magistério. Mas foi muito além dele.

Nomeada em 1925, foi professora de Francês na Escola Normal, onde se formara no ano anterior. Sucessivamente, foi lente substituta de História, Assistente da 1ª seção de Educação, professora de Ciências Físicas e Naturais e, a partir de abril de 1937, de Matemática.

A Revolução Constitucionalista de 1932 teve em Elydia Benetti uma das líderes na cidade. A professora participou da criação do Centro Cultural Rubens Amaral e do orfeão são-carlense, que contava com a participação de ex-alunos do professor Andrelino Vieira.

Ela lecionou também no Colégio São Carlos e foi fundadora e diretora do primeiro curso vestibular para a Escola de Engenharia. Não parou por aí: fundou e dirigiu a Associação de Ex-Professores, Alunos e Funcionários do Instituto de Educação e participou da fundação da Associação dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP), que teve o seu berço em São Carlos.

Faleceu em janeiro de 1965 e dá nome à escola estadual localizada no Jardim Boa Vista II.

Leia Também

Últimas Notícias