sábado, 18 de maio de 2024
Araraquara

Líder religioso é preso acusado de abusar sexualmente de frequentadores de terreiro de umbanda

05 Mai 2024 - 08h17Por Da redação
Material apreendido na casa do suspeito - Crédito: ColaboraçãoMaterial apreendido na casa do suspeito - Crédito: Colaboração

Um líder religioso da cidade de Araraquara está sendo investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) pela suposta pratica de abusos sexuais em um terreiro de umbanda no Jardim Maria Luiza III. O acusado estava escondido na casa do irmão e foi preso pela Polícia Militar na última terça-feira (30).

Os crimes sob investigação, segundo a Polícia, são de violação sexual mediante fraude, estupro de vulnerável, importunação sexual, além de relatos de disparos de arma de fogo, ameaça e lesão corporal praticados no mesmo terreiro.

Segundo os investigadores as investigações começaram com o relato de duas vítimas que registraram boletim de ocorrência, denunciando o líder religioso e depois destes registros outros dois apareceram.

Já “o modus operandi do autor é o mesmo nos quatro casos” contou a delegada Meirelene de Castro Rodrigues em entrevista coletiva concedida na manhã de quinta-feira (2).

A mãe de duas adolescentes de 13 e 17 anos, que preferiu não se identificar contou com o homem agiu com as filhas.

“Ele mandava mensagem para uma das minhas filhas que estava vendo a lua e pensando nela, ele vai se envolvendo então no começo elas tinham relação com ele por conta dele envolver a religião com essa troca de energia entre as entidades”, disse.

Ainda segundo a mulher, ele se aproveitava da religião para se envolver com as filhas.

“Ele dizia que estava apaixonado, que eles se amavam, que duas almas estavam se encontrando com as entidades e que eles precisavam dessa troca de energia, para que ele conseguisse fortalecimento e ajudar outras pessoas depois. Após tudo isso ele mudou e começou a ficar agressivo e quando realmente minhas meninas disse que não queriam mais que acontecia os estupros. Ele machucava, a mordia e a forçava.”

A família dela conhece o investigado há mais de 20 anos e contou como essa aproximação entre eles começou.

 “Nós frequentávamos uma outra casa de umbanda muito respeitada, onde o conhecemos e a minha filha mais velha que ele abusou, ele chegou a ir em aniversário dela. Ele conversava sobre tudo, até falava sobre política, onde ele ia se aproximando e minhas meninas gostavam muito dele e da mãe de santo. Chegou um momento que ele dizia sabe como que é adolescência nem tudo conta pros pais né”.

A mãe ainda relatou que começou a notar mudanças no comportamento das filhas.

 “Ele começou a dizer tal filha sua começou a dizer que estava passando coisas na escola e as meninas se abriam muito pra ele e aí foi onde nós começamos a ver mudanças e pensávamos que elas estavam no caminho certo”.

Segundo a mulher 10 novas vítimas a procuraram, mas que por medo não querem denunciar.

 “A gente tem um grupo e estamos nos fortalecendo porque realmente queremos justiça, várias mulheres que também foram vítimas começaram a me mandar mensagens, mas por medo não querem falar, denunciar, por terem sofrido ameaças. Nós temos provas que mostram que essas ameaças eram feitas com armas e que se alguma delas falasse a vida delas iria andar pra trás, porque ele tinha reza, crença e que matava uma pessoa em poucos dias. Com isso foi deixando as pessoas com medo”.

Local onde os supostos abuso aconteceram.

ADVOGADA DAS VÍTIMAS

A advogada Priscila Gomes relatou que com quase 12 anos de atuação nunca se deparou com uma situação como essa.

 “Nunca me deparei com um caso tão grave e tão delicada, mas o que é notório que eu percebi nas minhas clientes e as que não são, a conquista da confiança familiar principalmente das meninas menores de idade e a confiança dos pais”.

NOTA DE REPÚDIO

A Afecumsol (Associação Federativa Espiritualista Candomblé e Umbanda Morada do Sol), repudiou e condeou os atos praticados pelo líder religioso contra as quatro vítimas.

“Não compactuamos com a prática de feminicídio, abuso sexual e qualquer outro crime que possa existir dentro ou fora das práticas religiosas.”

 

DEFESA DO ACUSADO

A defesa do acusado foi procurada, mas até o momento não se manifestou.

Com informações do Araraquar Agora

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