Crédito: Foto: Divulgação/Receita FederalDois postos de combustíveis de Araraquara estão na mira da Operação Carbono Oculto, considerada a maior ofensiva já deflagrada contra o PCC (Primeiro Comando da Capital). A investigação, conduzida pelo Ministério Público de São Paulo em parceria com outros órgãos federais, apura um gigantesco esquema de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio ligado à facção criminosa.
A operação foi deflagrada em agosto e cumpriu mandados de busca e prisão em várias cidades do país. Segundo informações, os sócios de dois empreendimentos de Araraquara estariam entre os investigados e as defesas dos empresários não foram localizadas.
De acordo com a apuração, um dos investigados seria responsável por criar empresas e movimentar recursos usados para disfarçar o dinheiro obtido com o tráfico de drogas. Ele está vinculado a 103 postos de combustíveis — incluindo uma unidade com bandeira, localizada na Avenida Francisco Vaz Filho no Jardim Tabapuã, que não foi alvo direto da operação.
Outro sócio, também sob investigação é ligado a 13 postos em diferentes cidades e atua em ramos de combustíveis e imóveis. Em Araraquara, ele aparece no quadro societário de um posto sem bandeira, situado na Avenida Maria Antônica Camargo de Oliviera (Via Expressa) no bairro da Vila Velosa, apontado pelos investigadores como parte da rede de empresas usada pelo grupo para circular valores de origem ilícita.
As investigações, conduzidas sob sigilo judicial, indicam que o PCC teria usado mais de mil postos de combustíveis em todo o Brasil para movimentar e “esquentar” recursos obtidos com atividades criminosas, segundo estimativas da Receita Federal. O levantamento nacional mostra que 251 postos estão sob suspeita direta de participação no esquema, sendo 233 localizados no estado de São Paulo — a maioria na Grande São Paulo.
Outros estão distribuídos por Goiás, Minas Gerais e Paraná. No interior paulista, além de Araraquara, há empresas investigadas em Pirassununga e Araras. A Operação Carbono Oculto faz parte de um esforço conjunto para asfixiar o braço financeiro da facção criminosa, atingindo empresários, laranjas e companhias usadas para dar aparência de legalidade aos lucros do crime organizado.





