Waldyer Siqueira - Crédito: divulgaçãoA Câmara Municipal de Ibaté acatou na tarde desta segunda-feira, 31, a denúncia do promotor Dr. Marco Aurélio Bernarde de Almeida e do servidor público estadual Antônio Adegas Martinelli Junior, contra o vereador Waldir Siqueira (PTB), por quatro votos a três.
Os vereadores irão apurar uma possível quebra de decoro parlamentar que teria sido praticada por Waldir Siqueira. Ele é acusado de atrapalhar o trabalho da Polícia, durante o cumprimento de um mandado de prisão temporária contra o seu sobrinho.
A Comissão Processante será composta pelos vereadores Sidneia Monte (MDB), Jean Tomaz (PSDB) e Ronaldo Venturi (PSB).
A sessão, que aconteceu de forma virtual, teve início com a leitura da denúncia formulada pelo Ministério Público e pelo servidor estadual. Dando sequência, o presidente da Câmara, Valentim Fargoni (PATRIOTA), abriu espaço para que o vereador acusado pudesse fazer a sua defesa.
Waldir comentou que a denúncia não procede e que de forma alguma atrapalhou o trabalho da polícia. Relatou que o sobrinho tem acesso livre em sua residência e que estava com suspeita de Covid quando o delegado de Polícia Civil da cidade, Dr. Miguel Carlos Capobianco Junior esteve na sua casa. Disse ainda que já conversou com o promotor para explicar o que de fato aconteceu e que se o sobrinho fez algo errado, tem que pagar pelo que fez.
Outros vereadores também discutiram a aprovação ou não da denúncia que acabou sendo aprovada pela maioria dos vereadores do Poder Legislativo.
Sobre os fatos
A Câmara Municipal de Ibaté recebeu a denúncia do promotor de Justiça, Marco Aurélio Bernarde de Almeida, e do servidor público estadual Antônio Adegas Martinelli Junior, sobre possível quebra de decoro parlamentar por parte do vereador Waldir Siqueira (PTB).
Waldir Siqueira está sendo acusado pelo Ministério Público de atrapalhar o trabalho da Polícia Civil durante o cumprimento de um mandado de prisão temporária de 30 dias, contra o seu sobrinho, no final do ano passado. Segundo o relatório de investigação, o parlamentar teria favorecido a fuga do rapaz.
Ainda segundo o relatório, os policiais de Ibaté e a DISE de São Carlos foram até uma casa no Jardim Nosso Teto, onde na frente encontraram o carro do procurado. Ao ser chamado pelo morador, os policiais foram atendidos pelo vereador Waldir Siqueira, que segundo o relatório, teria utilizado de artifícios na demora de abrir o portão da residência e atrasar a entrada da equipe.
“Após vasculhar os quartos superiores, após transpor certos obstáculos, como cães, pela surpresa dos policiais, o acusado já havia fugido”.
Na denúncia oferecida à Justiça de Ibaté, o promotor reprovou a atitude do vereador. “Reprovável a postura do nobre edil que, ao invés de emprestar respeito e eficácia à autoridade do mandado envergado pela Polícia Judiciária, que atua de ofício como braço armado para a execução do Poder Judiciário, dificultou a ação dos policiais, o que teria culminado com a frustração da prisão de procurado da Justiça, quando o corretor seria levar suas razões de inconformismo ao Juízo, para, se o caso, revogação do mandado expedido”.
Na semana passada, o portal de notícias São Carlos Agora entrou em contato via Whatsapp do vereador Waldir Siqueira. Ao jornal ele alegou que em nenhum momento tentou dificultar o trabalho da Polícia, muito menos facilitou a fuga do sobrinho, que no dia dos fatos, estava com suspeita de Covid e que foi apenas o tempo de colocar a máscara e abrir o portão. Disse ainda que deixou os policiais à vontade para realizar uma varredura em sua residência.
Waldir também se pronunciou sobre as acusações através de uma live. Veja o vídeo:
