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Política

Memória: Há 60 anos, São Carlos se despedia do Professor Luís Augusto de Oliveira

14 Jul 2016 - 16h51Por Cirilo Braga
Foto: Reproduções da Revista São Carlense/Thomaz Ceneviva - Foto: Reproduções da Revista São Carlense/Thomaz Ceneviva -

No dia 14 de julho de 1956, há exatos 60 anos, em clima de grande comoção e tristeza, a cidade se despedia do professor Luís Augusto de Oliveira, considerado o "Prefeito Perpétuo de São Carlos" (título outorgado pela Câmara Municipal).

Natural de Tatuí (SP) e formado na Escola Normal daquela cidade, "Luisão", como era conhecido, veio para São Carlos em 1926, quando foi nomeado Encarregado do Gabinete de Psicologia Experimental da então Escola Normal Secundária.

Foi professor de Logicidade da Escola Complementar e, a partir de 1933, professor de Matemática, cargo que ocupou até 1953. Lecionou no Colégio Diocesano, Ginásio Diocesano, Escolas de Comércio Julien Fauvel e Dom Pedro II. Manteve eficiente cursos preparatórios para o ginásio, durante muitos anos.Foi fundador da Associação dos Professores do Ensino Secundário (APEOESP), do qual era presidente de honra.

Na política, tomou parte ativa na Revolução Constitucionalista no setor Bandeirantes e foi eleito prefeito de São Carlos em 1948.

Em 1951 afastou-se para exercer o mandato de deputado estadual até 1954. Foi novamente eleito prefeito em dia 3 de outubro de 1955 e no final de junho de 1956 se licenciou para submeter-se a uma "delicada cirurgia" realizada no dia 11 de julho no Hospital Oswaldo Cruz, em São Paulo.

Faleceu aos 55 anos, vítima de ataque cardíaco quando se recuperava da cirurgia. A "Revista São-carlense", editada pelo jornalista Octavio Carlos Damiano, publicou reportagem sobre os funerais, com fotos de Thomaz Ceneviva.

A publicação documentou que após a cirurgia "já em franca recuperação, Luisão pode se sentar no leito e ler jornais, tendo dito a um amigo: 'Desta eu escapei!'"

Naquele 14 de julho, um sábado, as indústrias paralisaram suas atividades e o comércio fechou as portas logo cedo, para que a população fosse às ruas se despedir do prefeito mais amado da história local.

Por volta das 13 horas o corpo chegou em avião oferecido pelo governo do Estado, então exercido por Janio Quadros. Antes de a aeronave aterrissar deu uma volta pela cidade. O caixão seguiu em carreata para a Prefeitura (no Palacete Conde do Pinhal) e depois para o saguão do Instituto de Educação "Dr.Álvaro Guião", onde ocorreu o velório. As pessoas superlotavam as calçadas durante o trajeto em clima de "pesado silêncio de tristeza", segundo descreveu a "Revista São-carlense". O enterro aconteceu no dia 15 de julho e, ainda conforme a revista, "foi uma consagração pública a um homem popularíssimo e verdadeiramente benquisto em todas as camadas sociais da cidade".

Em nova carreata, o corpo foi levado para a Catedral onde foi realizada missa de corpo presente celebrada pelo bispo D.Ruy Serra. Seguiu-se o cortejo até o Cemitério Nossa Senhora do Carmo acompanhado por milhares de pessoas e durante o qual aviões do aeroclube local faziam evoluções jogando pétalas de rosas. (Na época, São Carlos tinha uma população de 70 mil habitantes).

Logo após, acompanhado por milhares de pessoas, o corpo seguiu para o Cemitério Nossa Senhora do Carmo, ondemo destacamento do Tiro de Guerra 043 deu as salvas em homenagem ao prefeito. À beira do túmulo, discursaram Antonio Stella Moruzzi, Aurélio Cattani, Carlos Torres de Campos, Ernesto Pereira Lopes, Teodureto de Arruda Souto,Francisco Xavier Amaral Filho (presidente da Câmara), Paulo Fragoso Coimbra e Alderico Vieira Perdigão (vice-prefeito). O corpo baixou à sepultura às 13h30.

Atualmente o professor Luís Augusto de Oliveira é patrono do estádio municipal, de uma rodovia estadual (SP-215), de uma escola estadual e de uma avenida em São Carlos.

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