Em busca da tão sonhada casa própria. Mais de 4 mil pessoas lotaram o ginásio municipal de esportes Milton Olaio Filho na noite desta quinta-feira, 17, quando aconteceu o lançamento de um projeto que busca criar loteamentos de interesse social em São Carlos.
A cidade possui déficit habitacional, principalmente para famílias de baixa renda. Para a solenidade, foi convidado o deputado estadual Marcos Zerbini (PSDB) e sua esposa Cleusa Ramos, presidente da Associação dos Trabalhadores Sem-Terra de São Paulo, idealizadores há 32 anos do programa que já atendeu aproximadamente 30 mil famílias em todo o Estado. O vereador Rodson Magno do Carmo (PSDB), responsável pela vinda do projeto a São Carlos abriu a solenidade.
O São Carlos Agora esteve presente e conversou com os idealizadores do programa. Segundo Zerbini, o loteamento de interesse social organiza famílias e não visa lucro. “Funciona há 32 anos, sendo que três no interior paulista e já beneficiou aproximadamente 30 mil famílias”, garantiu.
COMO COMEÇOU
O parlamentar disse que faz parte da Pastoral Social da Igreja Católica em São Paulo e o programa teve início na década de 80. “Em 1986, a Campanha da Fraternidade tinha como tema Terra de Deus, Terra de Irmãos e as comunidades foram provocadas: tínhamos que ajudar quem não tinha moradia. Passamos na época a reivindicar junto às autoridades loteamentos sociais, mas nada foi feito. Em 1988 buscávamos alternativas quando tomamos conhecimento que famílias tinham sido despejadas de uma área. Indagamos essas pessoas e perguntamos porque invadiram tal local. Eles disseram que queriam comprar, mas por um preço mais barato. Essas pessoas ficaram em uma igreja e começamos a procurar um terreno na região, quando chegamos até uma chácara cuja dona queria vender. Falamos para ela da situação e sensibilizada, vendeu a área por um preço acessível e 18 famílias passaram a ter suas casas. A ideia expandiu e criamos então o projeto de loteamentos de interesse social”, disse Zerbini.
Em São Carlos, durante o lançamento, a ideia é explicar e orientar as pessoas que estiveram no ginásio de esportes. “Vamos ter uma sede, reuniões periódicas e explicar o processo. Com o tempo, procurar uma área loteável que tenha aprovação da Prefeitura, da Cetesb e de todos os órgãos. A partir daí é feita a compra da área e o custo rateado entre os participantes. Em Catanduva, por exemplo, o lote saiu por 10% do preço real para cada família”, garantiu Zerbini.
Segundo ele a área vem sem nenhuma infraestrutura. Mas por ser de caráter social, há programas do Governo do Estado que financiam os recursos e repassa as verbas mediante convênios.
“Hoje vamos explicar como funciona o projeto para quem quer”, disse Cleusa Ramos. “Através de reuniões é revelado os passos que as famílias devem tomar. Abrir poupança no nome de um titular e guardar mensalmente o dinheiro para que tenha recursos para comprar um terreno a preço de custo. A 10% do valor do mercado”, emendou.
Segundo ela, além de São Paulo, cidades como Novo Horizonte, Catanduva, Nova Europa e Américo Brasiliense já aderiram ao programa. “É uma forma de fazer com que famílias de baixa renda tenham sua moradia”, comentou.
VINDA PARA SÃO CARLOS
O vereador Rodson Magno do Carmo (PSDB) é o responsável pela vinda do loteamento de interesse social para São Carlos. Ao SCA disse que em uma de suas visitas a Capital paulista tomou conhecimento do projeto e se interessou.
“Hoje São Carlos tem um grande déficit habitacional. Quando conheci o programa, percebi que é excelente, pois atende famílias de baixa renda e em outras cidades do interior deu certo. Me interessei, conversei com o deputado Zerbini e consegui trazer para nossa cidade”, afirmou o parlamentar são-carlense. “Para minha pessoa é a realização de um sonho. E espero que muitas famílias participem, pois é a possibilidade, no futuro, de ter a tão sonhada casa própria”, finalizou.