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sexta, 05 de dezembro de 2025
Luto

Morre aos 93 anos, o professor Milton Ferreira de Souza

Ao lado do professor Sylvio Goulart Rosa Júnior, Souza idealizou a Fundação ParqTec, marco da integração entre ciência, inovação e empreendedorismo

25 Ago 2025 - 13h41Por Da redação
Morre aos 93 anos, o professor Milton Ferreira de Souza - Crédito: divulgação Crédito: divulgação

Morreu nesta segunda-feira, aos 93 anos, o professor-doutor Milton Ferreira de Souza, um dos pioneiros da Física em São Carlos e da formação do conjunto de instituições de pesquisa que foram o embrião da Capital da Tecnologia. Souza foi um dos nomes importantes nesse processo que projetou a cidade nacional e internacionalmente.

Souza nasceu no Rio de Janeiro, em 19 de julho de 1932. Ele formou-se em Química pela Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil. Porém, descobriu na Física sua verdadeira vocação.

Na década de 1950, ajudou, juntamente com outros jovens cientistas, a implantar a cadeira de Física na recém-criada Escola de Engenharia de São Carlos da USP. Ao lado de nomes como Sérgio Mascarenhas, Yvonne Primerano e Guilherme Leal Ferreira, Souza desbravou o mundo da ciência que resultaria no know-how que São Carlos acabou obtendo anos depois na pesquisa científica.

O golpe militar de 1964 não poupou o professor Milton Ferreira de Souza. Ele foi preso em Fortaleza e afastado de suas funções na Universidade Federal do Ceará. Algum tempo depois, retornou a São Carlos.

No Instituto de Física e Química de São Carlos, do qual foi diretor, o professor Milton fundou importantes linhas de pesquisa, como os grupos de Crescimento de Cristais e de Óptica, que, anos mais tarde, formariam o Grupo de Óptica do Instituto de Física e a Semóptica. Publicou trabalhos de referência em espectroscopia e magnetismo, formou gerações de cientistas e colaborou decisivamente para a internacionalização da pesquisa brasileira.

Ao lado do professor Sylvio Goulart Rosa Júnior, Souza idealizou a Fundação Parque de Alta Tecnologia de São Carlos (ParqTec), marco da integração entre ciência, inovação e empreendedorismo, buscando somar o conhecimento gerado nas universidades com o setor produtivo. Dessa iniciativa nasceram empresas pioneiras de base tecnológica, como a Engemasa, a Optoeletrônica, a Cerauto e a Engecer, que projetaram São Carlos como polo de alta tecnologia.

No papel de diretor do IFQSC, Souza também ajudou a criar o Centro de Divulgação Científica e Cultural (CDCC), espaço que ampliou o diálogo da universidade com a sociedade e onde implantou o Centro de Divulgação da Astronomia, trazendo para São Carlos um telescópio histórico da USP. Contribuiu ainda para a fundação do Departamento de Engenharia de Materiais da UFSCar, ampliando o alcance da ciência em novas áreas estratégicas para o país.

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