sexta, 17 de maio de 2024
Jogos e treinos

Para secretário de Esportes, excesso de atividades prejudicaram gramado do Luisão

Luiz Lopes afirmou ao SCA que não houve tempo hábil para recuperação da praça pública, o que motivou a interdição

29 Jun 2022 - 07h02Por Marcos Escrivani
Na terça-feira, funcionários municipais iniciaram reparos no gramado do Luisão após interdição - Crédito: Marcos EscrivaniNa terça-feira, funcionários municipais iniciaram reparos no gramado do Luisão após interdição - Crédito: Marcos Escrivani

Na tarde de segunda-feira, 27, o futebol são-carlense foi surpreendido após o estádio municipal Professor Luís Augusto de Oliveira, o Luisão, ter sido interditado pela Federação Paulista de Futebol (FPF) que considerou o gramado em “condições precárias”. Desta forma, a entidade que comanda o futebol paulista vetou qualquer tipo de atividade profissional e/ou amadora. Bem como treinos, com a possibilidade de um clube filiado (no caso São Carlos ou Grêmio São-carlense), ser punido administrativamente.

Como o Luisão é municipal e está sob a tutela do Poder Público, a reportagem do São Carlos Agora buscou na terça-feira, 28, esclarecimentos junto a Secretaria Municipal de Esportes e Cultura (Smec) e o secretário Luiz Lopes respondeu a alguns questionamentos.

Segundo ele o gramado do Luisão chegou a tal ponto devido ao excesso de jogos e treinos que acontecem na praça esportiva, pontuando que em 2022 oito equipes do São Carlos e do Grêmio (categorias sub15, sub17, sub20 e sub23 – Série B) mandavam jogos. “Além disso, o clube que reside no estádio treina diariamente”, disse.

Lopes reforçou que o uso excessivo do Luisão levou o gramado a ficar desgastado e que na terça-feira, uma equipe de manutenção da Prefeitura Municipal iniciou os trabalhos de recuperação. “A FPF deu um prazo de 30 dias para que tudo esteja resolvido. Posteriormente será realizada uma nova fiscalização para uma possível liberação ou não”, ponderou.

O secretário disse ainda que o gramado do Luisão passa por constantes manutenções e que irá levar uma demanda ao Governo do Estado para que auxilie na troca de toda a grama do estádio. “O custo é alto e a Smec não tem condições de arcar sozinha com tal iniciativa”, afirmou.

A ENTREVISTA

São Carlos Agora - Com a interdição do Luisão, devido ao péssimo estado do gramado, quais as iniciativas da Smec?

Luiz Lopes – Na segunda-feira, 27, recebemos um comunicado da FPF, notificando sobre a interdição do Luisão, devido às condições do gramado. É a primeira vez desde que estou à frente da secretaria, onde jogaram todas as categorias dois clubes (São Carlos e Grêmio), com as equipes sub15, sub17, sub20 e sub23. A equipe que reside no estádio (São Carlos), clube que ocupa os alojamentos do Luisão, utilizou o gramado para treinos. Então realmente ocorreu um desgaste excessivo devido a quantidade de jogos e treinos. A FPF deu um prazo de um mês para que a Smec tome providências necessárias. Posteriormente farão uma nova vistoria e de repente poder voltar as competições em 30 dias.

SCA - Caso for feita uma recuperação, qual seria? Qual tempo para que esteja apta para a prática esportiva?

Lopes – A Smec entrou hoje (terça-feira, 28) com pessoal de manutenção após a suspensão das atividades amadoras e profissionais no estádio. Se algum time treinar pode receber punição administrativa da entidade. Agora vamos ter um tempo maior para conseguir fazer a manutenção necessária no gramado.

SCA - Em época de pandemia na Covid-19, quando o estádio era um local de vacinação, havia algum cuidado?

Lopes – Na época que o estádio estava cedido para a Secretaria de Saúde para vacinação drive-thru, a manutenção do gramado foi um pouco menos do que a gente gostaria, tendo em vista o afastamento de servidores por idade ou comorbidades, já que eram do grupo de risco. Então a manutenção não teve um cuidado especial nesse período de cessão do estádio para a imunização.

SCA - Hoje, o gramado é uma mistura de espécie de grama. Há perspectiva de uma troca completa do gramado? Por que?

Lopes – A Smec pretende fazer a troca do gramado, mas precisamos de um planejamento maior onde é necessário entendimentos, inclusive, com o Governo do Estado no auxílio do custeio das despesas. Hoje a secretaria não dispõe de recursos próprios para a troca do gramado. Claro que quero trocar e queria deixar em uma condição muito melhor do que se encontra hoje. É ainda um dos apontamentos em toda vistoria da FPF são os vários tipos de grama que há no campo, pois sempre foi feito replantio em áreas diferentes quando ocorria desgaste excessivo (exemplo: gol, meio campo e laterais). Gostaria muito de fazer a troca do gramado e vou levar essa demanda até o Governo e que ele nos ajude e possamos fazer a troca ainda esse ano para que tenhamos uma copinha (Copa São Paulo, janeiro/2023) com um gramado novo. Mas isso não depende exclusivamente da Smec por envolver recursos consideráveis.

SCA - Qual o motivo da SMEC não fazer uma manutenção corriqueira no gramado? Haja visto que é usado para jogos amadores e universitários?

Lopes – Não conseguimos fazer a manutenção devido a quantidade de ocupação que teve. São quatro equipes do Grêmio e mais quatro do São Carlos que utilizam o gramado para jogos do Campeonato Paulista (sub15 ao sub23). São jogos e treinos diários. Em algumas janelas tivemos eventos universitários, mas eram 2 ou 3 dias. E não a semana toda. Os treinos eram diários, exceto as quartas, sábados e domingos, dia de jogos.

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