Rui Sintra - Crédito: arquivo pessoal As amigdalites, sobretudo quando recorrentes, representam um grande desafio para famílias e para o sistema de saúde. Dores, febre, falta às aulas e até cirurgias para a retirada das amígdalas fazem parte da realidade de muitas crianças e adolescentes. Por isso, a chamada pública que o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), em parceria com a UFSCar e a Santa Casa de Misericórdia de São Carlos(SCMSC), merece uma atenção especial da sociedade. O projeto, dedicado a crianças e adolescentes com idades entre os 5 e os 17 anos, propõe um tratamento inovador, de aplicação única, simples e não invasivo: a criança chupa uma pastilha de curcumina e, em seguida, recebe luz na garganta durante apenas três minutos. Estudos anteriores já mostraram resultados expressivos: umaredução de até 80% nos casos que normalmente levariam à cirurgia de remoção das amígdalas. Isso significa menos riscos, menos internações e, sobretudo, mais qualidade de vida para os pequenos pacientes. A relevância desta iniciativa ultrapassa os limites acadêmicos. Ela mostra como a ciência brasileira, mesmo diante de tantas dificuldades de financiamento, é capaz de oferecer soluções práticas, seguras e acessíveis para problemas que afetam diretamente milhares de famílias. Mais do que uma nova técnica, trata-se de uma oportunidade de democratizar a saúde e aliviar o sofrimento infantil. É preciso também destacar a postura dos pesquisadores ao enfatizar que o tratamento não substitui a orientação médica, podendo ser associado ao uso de antibióticos quando necessário. Esse cuidado revela a responsabilidade e o compromisso ético da equipe com a segurança dos pacientes. A inscrição para participar deste projeto teve início no dia 19 de agosto, e os interessados poderão se inscrever por meio do telefone da Unidade de Terapia Fotodinâmica (UTF) da Santa Casa de Misericórdia de São Carlos(SCMSC) - (16) 3509-1351. Os atendimentos acontecerão no NAPID, em São Carlos, próximo à Estação Ferroviária.O país precisa valorizar e apoiar iniciativas como esta, que aproximam ciência, unidades hospitalares e a comunidade. Se confirmados em larga escala, os resultados poderão revolucionar o manejo das infecções de garganta em crianças, evitando procedimentos invasivos e mostrando que a pesquisa científica pode, sim, transformar vidas. Caros leitores, em tempos ondemuitas vezes se questiona a utilidade da ciência, esse projeto é um exemplo concreto. Investir em pesquisa significa investir em bem-estar, saúde, futuro e esperança.






