
Muitos momentos, por vezes repetitivos, leva-me a refletir não só no meu dia-a-dia, mas também, de forma mais profunda, quem eu sou, o que faço aqui, para onde quero continuar a ir, o que me motiva a seguir em frente. Independente das minhas devoções, preferências, sonhos e paixões, atrevo-me a dizer que algo muito forte, sublime, até, faz com que olhe para as nuvens e feche os olhos por um momento, respirando o ar que me rodeia. Muitos daqueles que estão neste momento lendo estas curtas linhas irão pensar que comecei este artigo de forma poética. Até pode ser que sim, mas embora pareça, o certo é que mais do que uma eventual fragrância poética, este artigo reflete, com toda a certeza, o espírito de todos quantos, independente de suas origens e de suas nacionalidades, sentem algo que é único - o patriotismo. E esse sentimento de patriotismo coloca-se sempre destacadamente à frente de tudo o resto que individualmente podemos sentir no contexto da sociedade onde estamos inseridos, não havendo palavras que descrevam a emoção de vermos hasteada a bandeira de nossa nação ou ouvirmos o hino de nosso país, seja em que situação for. E, a essa comoção, a esse sentimento que faz com que nossa pele fique arrepiada, chama-se “patriotismo”, onde quer que estejamos - perto ou longe de nosso solo sagrado. Esse mesmo espírito empresta-nos a vontade de, sob o nosso pavilhão - presencial ou imaginário - podermos contribuir com naquilo que pudermos para o desenvolvimento e bem-estar de nós próprios e de quem nos cerca - incluindo outros povos, de outras comunidades e de outros países -, nunca esquecendo que essa contribuição inclui sempre um aprendizado que nos enriquece a todos ainda mais. As relações bilaterais entre Portugal e Brasil e entre a restante Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) tem contribuído, na medida do possível, para que suas histórias, culturas e tradições se cruzem, se disseminem e se diluam não só na defesa e promoção dos valores e da soberania de cada uma dessas nove nações, como também de sua língua comum. Portugal, como não poderia deixar de ser, embora seja um país muito pequeno, tem em sua essência a alma secular de seus fundadores e daqueles que ao longo dos séculos procuraram sempre algo mais além; e isso é perfeitamente notório no ser e estar de cada português, esteja ele longe ou perto de sua Pátria. E essa alma, esse ser ou estar, pode ser sentido e observado em cada português em suas mais diversas formas: na literatura, na pintura, na arquitetura, nas conversas, nas expressões cotidianas e, claro, na música, onde o fado assume seu lugar de destaque com várias nuances lusitanas, algumas delas antagónicas, como a tristeza e a alegria. Contudo, excluindo o fado, é em outras composições que exaltam o amor ao País que o português se rende, sentindo que é ele próprio a figura que se ostenta na proa do que está sendo representado. Cada povo terá, certamente, os próprios baluartes que inspiram suas emoções patrióticas mais profundas. Como não poderia deixar de ser, o povo português está sempre na primeira fila desse sentimento, dessa forma de sentir e de se manifestar, sendo que o que abaixo compartilho com todos, apesar de ser um arranjo de uma composição original criada em 1968 por Ennio Morricone, se tornou em um baluarte lusitano. A letra do arranjo dessa composição é a seguinte:
“O dia há de nascer
Rasgar a escuridao
Fazer o sonho amanhecer
Ao som da canção
E então:
O amor há de vencer
A alma libertar
Mil fogos ardem sem se ver
Na luz do nosso olhar
Na luz do nosso olhar
Um dia há de se ouvir
O cântico final
Porque afinal falta cumprir
O amor a Portugal
O amor a Portugal!”
Convido os meus leitores a, por alguns (poucos) minutos, sentirem o que é ter a Alma Portuguesa transcrita em versos, naquele que já é considerado por muitos lusitanos como um “Hino de Esperança”.
Cliquem, com segurança, no link abaixo.
Bem Hajam!
https://www.youtube.com/watch?v=G0oi1wP-qG4
O autor é jornalista profissional / correspondente para a Europa pela GNS Press Association / EUCJ - European Chamber of Journalists / European News Agency) - MTB 66181/SP.
Esta coluna é uma peça de opinião e não necessariamente reflete a opinião do São Carlos Agora sobre o assunto.




