sábado, 27 de abril de 2024
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QUALIDADE DE VIDA: Osteoporose (mulheres fiquem ligadas)

13 Dez 2017 - 02h51Por (*) Paulo Rogério Gianlorenço
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A Osteoporose é a perda acelerada de massa óssea, que ocorre durante o envelhecimento, provocando a diminuição da absorção de minerais e de cálcio, isto provoca a fragilização dos ossos e aumenta o risco de fraturas. Para entender o que acontece, é preciso lembrar que os ossos são compostos de uma matriz na qual se depositam complexos minerais com cálcio, outra característica importante é que eles estão em constante processo de renovação, já que são formados por células chamadas osteoclastos encarregadas de reabsorver as áreas envelhecidas e por outras, os osteoblastos, cuja função é de produzir ossos novos. Esse processo permanente e constante possibilita a reconstituição do osso quando ocorrem fraturas e explica por que a mais ou menos a cada dez anos o esqueleto humano se renova por inteiro.

Com o tempo, porém, a absorção das células velhas aumenta e a de formação de novas células ósseas diminui, o resultado é que os ossos se tornam mais porosos, perdem resistência. Perdas mais leves de massa óssea caracterizam a osteopenia, perdas maiores são próprias da osteoporose e podem ser responsáveis por fraturas espontâneas ou causadas por pequenos impactos, como um simples espirro ou uma crise de tosse, por exemplo.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define osteoporose como sinônimo de Densidade Mineral Óssea (DMO) diminuída.

É um problema comum nas mulheres após a menopausa, pois consiste na redução da massa dos ossos, com alterações em sua microestrutura. A osteoporose torna mais frágil a estrutura óssea da paciente, aumentando a probabilidade de ocorrerem fraturas, que podem ter graves conseqüências.

Contudo, é uma doença silenciosa e, na maioria das vezes, evolui de forma assintomática. É preciso ter acompanhamento médico regular, assim é possível identificá-la e iniciar o tratamento o quanto antes.

A fragilidade dos ossos nas mulheres é causada pela ausência de estrogênio (hormônio feminino), que torna os ossos porosos como uma esponja e é a maior causa de fraturas e quedas dos idosos.

A coluna, o pulso e o colo do fêmur são os mais afetados pela osteoporose, sendo no fêmur o mais perigoso. É considerada o segundo maior problema de saúde mundial, 'perdendo' apenas para as doenças cardiovasculares.

Entre os homens, a osteoporose é mais comum depois dos 65 anos, entre casados ou viúvos e sedentários, cerca de 2 mil brasileiros morrem anualmente em conseqüência de complicações de fraturas desta doença. Estima-se que 1 em cada 3 mulheres e 1 em cada cinco homens acima da idade dos 50 desenvolvem osteoporose no mundo. Em 2006, a prevalência da osteoporose entre os brasileiros era de 4,4% entre os maiores de 18 anos. Entre as mulheres é mais comum depois dos 45 anos, entre não solteiras e ex-fumante.

Fatores de risco: Predisposição genética (história familiar da doença), Envelhecimento, Dieta pobre em cálcio e vitamina D, Sedentarismo, Abuso de álcool, Tabagismo, Menopausa, Uso abusivo de remédios à base de corticóides, Diabetes, Disfunções na tireóide,  Pessoas de pele branca, baixas e magras, asiáticos, deficiência na produção de hormônios, baixa exposição à luz solar, imobilização e repouso prolongados, certos tipos de câncer, algumas doenças reumatológicas, endócrinas e hepáticas.

DEFICIÊNCIA DE CÁLCIO

Ele é um mineral essencial à formação normal dos ossos, quando o metabolismo ósseo está em equilíbrio, ele retira e repõe o cálcio sem comprometer a estrutura. Os nutrientes são obtidos por meio da alimentação, e devido a isso, se a ingestão de cálcio não for suficiente, a produção de ossos e tecidos ósseos pode ser afetada.

Sinais e sintomas: A osteoporose é silenciosa e não apresenta sintomas. Em geral, o problema só é detectado em estado avançado, com a deformação de ossos que provoca dor crônica ou quando aparece uma fratura, o primeiro sinal pode aparecer quando ela está numa fase mais avançada e costuma ser a fratura espontânea de um osso que ficou poroso e muito fraco, a ponto de não suportar nenhum trauma ou esforço por menor que sejam Perda de qualidade de vida e/ou desenvolvimento de outras doenças, como pneumonia.

As lesões mais comuns são as fraturas das vértebras por compressão, que levam a problemas de coluna e à diminuição da estatura e as fraturas do quadril e colo do fêmur, punho (osso rádio) e costelas. Nas fases em que se manifesta, a dor está diretamente associada ao local em que ocorreu a fratura ou o desgaste ósseo.

O médico especialista por diagnosticar e tratar o paciente com osteoporose é o Reumatologista. A osteoporose costuma ser diagnosticada após a ocorrência da primeira queda, pois os sintomas não são perceptíveis. Para fazer o diagnóstico, o médico poderá solicitar os seguintes exames e avaliações:

Exames laboratoriais e radiografias convencionais: ajuda a estabelecer o diagnóstico ou excluir causas secundárias da perda óssea. As radiografias convencionais podem identificar ou confirmar a existência de fraturas em mulheres com suspeita de fraturas osteoporóticas. Porém, ainda é pouco viável na avaliação da densidade óssea.

Histórico clínico: investiga-se o histórico pessoal e familiar do doente e identificam-se os fatores de risco subjacentes. Os pacientes devem ser identificados e educados o mais precocemente possível para que possam tomar medidas preventivas. Geralmente, os pacientes se queixam de:

Dor crônica ou freqüente na coluna vertebral (raquialgias), causada pela ocorrência de fraturas vertebrais ou pelas alterações posturais que delas decorrem.

Dificuldade em alcançar objetos situados a uma altura que antes alcançava sem dificuldade.

Exame físico: identifica eventuais sinais da existência de osteoporose. Por exemplo, fraturas vertebrais que também podem originar deformidades visíveis da coluna, como a gibosidade (corcunda) na região dorsal superior. A medição da altura poderá detectar uma diminuição significativa em relação à altura que o indivíduo tinha na juventude.

Densitometria óssea: um exame que mede a densidade mineral do osso da coluna lombar e no fêmur. O resultado divide-se em três classificações: normal, osteopenia e osteoporose e é fornecido através da comparação com a densidade óssea de pessoas jovens (T-score ou desvio padrão). O critério para osteoporose, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é um T-score menor que -2.5 na densitometria óssea.

Mulheres acima dos 50 nos de idade podem fazer este exame de Densitometria Óssea.

Não há cura para a osteoporose, mas há tratamento. Os atuais tratamentos não revertem à perda óssea completamente, como a doença é diagnosticada com freqüência, somente após o seu diagnóstico, considera-se que uma das melhores estratégias sejam medidas preventivas que retardem ou evitem o desenvolvimento da doença.

A osteoporose não é problema que atinge só as mulheres, ela afeta também os homens. Nelas, a causa mais comum é a queda na produção de estrógeno depois da menopausa, neles, o índice da massa corpórea abaixo de 20, a falta ou excesso de exercício, diabetes, hipertireoidismo, doença do glúten, drogas contra a epilepsia ou imunossupressores usados em transplantes de órgão.

A dieta diária deve incluir alimentos ricos em cálcio como leite, queijos, iogurtes; o cálcio é um mineral indispensável para garantir a recomposição da estrutura óssea.

Suplementos de cálcio e vitamina D são recomendados para manter a massa óssea, especialmente nos pacientes cujas dietas são pobres em leite e laticínios, e que apanham pouco sol.

Caminhar, andar de bicicleta, nadar, correr e, especialmente, exercícios com pesos são fundamentais para manter o tônus muscular e prevenir a osteoporose.

Os esportes mais indicados para a produção contínua de massa óssea são os que provocam grande tensão muscular. Músculos exercitados e em movimento colaboram para que os ossos fiquem mais fortes e reduzem o risco de quedas e fraturas nas pessoas de idade.

O autor é graduado em Fisioterapia pela Universidade Paulista crefito-3/243875-f Especialista em Fisioterapia Geriátrica pela Universidade de São Carlos e Ortopedia. Sugestões: paulinhok10@hotmail.com / Facebook Paulinho Rogério Gianlorenço.

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