E, lentamente, as motos e motocicletas que circulam em São Carlos se tornaram um inimigo público para quase todo o mundo. É mais do que evidente que nem todos os motociclistas que rodam pela cidade estão no rol daqueles que, de forma deliberada - repito, de forma deliberada - demonstram algum prazer por cometer todas e quaisquer infrações às leis de trânsito, como, por exemplo, não respeitarem minimamente as regras básicas de trânsito - desobedecer à sinalização semafórica, ignorar paradas obrigatórias, cometer excessos de velocidade, transitar em corredores, ignorar faixas de pedestres e, como se fosse uma moda bem legal, utilizarem escapamentos abertos cujos ruídos se prolongam até altas horas da madrugada. Soube que a Prefeitura, em colaboração com a Polícia Militar, está tentando colocar uma ordem nesse completo caos que assola a cidade, resultado de uma completa indisciplina de quem deveria, em primeiro lugar, ter muito mais cuidado consigo mesmo, pois quem circula num veículo de duas rodas está muito mais sujeito a acidentes gravíssimos do que os motoristas de veículos de quatro rodas. Uma das situações que mais me confunde é a atitude dos motoboys - nem todos, é claro! -, que pela sua profissão, deveriam ser os primeiros a dar o exemplo de civilidade, disciplina, bom senso e profissionalismo no trânsito. Contudo e infelizmente a maioria desses profissionais procede de forma contrária, em todos os sentidos, “contagiando” com seus imprudentes procedimentos outros motociclistas, principalmente os mais novos. Então, o que vemos todos os dias, mas com mais incidência nos finais de semana, é um exército de motociclistas que transformam as vias públicas da cidade de São Carlos em pistas de corrida, puxando as máquinas ao máximo em cada aceleração antes de mudarem de velocidade, um “concerto” que se prolonga pela madrugada dentro. Além dos perigos desencadeados por uma direção indisciplinada e perigosa para todos quantos utilizam a via pública - inclusive para muitos motociclistas que certamente querem provar a si mesmos que são “ases” do guidão -, temos o aspecto de uma poluição sonora extremamente agressiva e que martiriza a sociedade de dia e de noite. Muitas vezes tenho parado para observar tudo isto que acabo de falar acima e fico espantado como não acontecem mais acidentes com veículos de duas rodas: talvez porque eles sejam mesmo “ases” do guidão, até o dia em que a sorte não lhes sorria, como em muitos casos infelizmente já noticiados. Talvez a ação da Prefeitura e da Polícia Militar possa conscientizar esses motociclistas, já que acreditamos que ações de educação sempre tendem a funcionar bem em um primeiro momento. Contudo, também será preciso ter firmeza, começando por proibir a circulação de motos, motocicletas e mesmo carros - sim, também carros! - com escapamentos fora do padrão habitual, e uma fiscalização agressiva do comércio de escapamentos, além, claro, de uma fiscalização séria do trânsito para que os utentes das vias públicas se sintam seguros, protegidos. Algo tem que ser feito.
O autor é jornalista profissional / correspondente para a Europa pela GNS Press Association / EUCJ - European Chamber of Journalists / European News Agency) - MTB 66181/SP.
Esta coluna é uma peça de opinião e não necessariamente reflete a opinião do São Carlos Agora sobre o assunto.
