Uma delegação de quadros superiores da Shell Brasil, incluindo sua diretoria, acompanhados por representantes do Research Centre for Greenhouse Gas Innovation (RCGI-Poli/USP), visitaram no dia 22 de março o campus da USP São Carlos onde se inteiraram dos projetos que se encontram em curso no âmbito de parcerias estabelecidas entre essa multinacional e a Universidade de São Paulo.
Coube a Camila Farias, da Shell, e à Prof. Liane Rossi, Coordenadora do Programa CCU-RCGI - https://www.rcgi.poli.usp.br/carbon-capture-and-utilization-ccu/ - visitarem a infraestrutura localizada na Área-2 do Campus USP de São Carlos, coordenada pelo docente e pesquisador Prof. Renato Vitalino Gonçalves, cujo seu grupo de trabalho se dedica, entre outras linhas de pesquisa, a fotossíntese artificial, geração de energia renovável e geração de hidrogênio fotocatalítico
Para o pesquisador, essa foi uma visita que se insere em projeto que ele coordena https://www.rcgi.poli.usp.br/conversion-of-carbon-dioxide-in-valuable-products/, que envolve a produção de hidrogênio verde e a conversão de CO2 em produtos de elevado valor agregado, como etanol, metanol, CH4, CO, etc.. Resumidamente, trata-se de processos que convertem as moléculas de CO2 em produtos de interesse comercial. “Este é um projeto que temos em parceria com a Shell e que está sendo executado há cerca de um ano e meio; esta visita vem no sentido de se analisarem as possibilidades de se poderem acrescentar mais valias, ou seja, ver se é possível estender os estudos para outras vertentes”, sublinha o pesquisador, cuja expectativa é grande devido aos avanços que foram feitos por seu grupo de pesquisa em relação aos resultados obtidos.
“Evoluímos muito em relação à conversão da molécula de CO2 em etano, metano e etanol, cujos resultados obtidos recentemente são muito promissores”, comemora Renato Gonçalves. Estes resultados estão sendo compilados para serem divulgados ainda no decurso deste primeiro semestre de 2023, através de um artigo científico que está sendo finalizado por uma aluna de mestrado do grupo do Prof. Renato Gonçalves, cuja bolsa de estudo da aluna está sendo integralmente paga pela Shell, com valor igual ao das tradicionais bolsas atribuídas pela Fapesp.
Além do trabalho desenvolvido no âmbito do CO2, o grupo de pesquisa do Prof. Renato Gonçalves também está desenvolvendo pesquisas relacionadas à geração de hidrogênio verde, algo que está consolidado. “Estamos também com uma parceria com a Shell nesse projeto que tem duas vertentes. A primeira é a produção de hidrogênio verde a partir da fotocatálise, e a segunda é a utilização do CO2 como reagente para produtos de alto valor”, pontua o pesquisador, dando como exemplo a grande quantidade de usinas de cana existentes no Estado de São Paulo. “Devido a essa grande quantidade de usinas, em seu processo de fermentação do caldo de cana com o intuito de gerar etanol, para cada molécula gerada é igualmente gerada uma molécula de CO2 que em termos gerais se perde na atmosfera. Se conseguirmos converter em etanol esses 10% de CO2 que é perdido, será possível aumentar enormemente a produtividade de todas essas usinas”, conclui o pesquisador. (Rui Sintra - Jornalista - IFSC/USP)