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terça, 23 de dezembro de 2025
Minha Casa Minha Vida

Programa prevê 3 milhões de moradias e vai beneficiar São Carlos com 640 apartamentos

Faixas de renda serão atualizadas no início do próximo ano; São Carlos terá grande movimentação do setor imobiliário, comemora o CRECISP

23 Dez 2025 - 11h20Por Da redação
Apartamentos Minha Casa Minha Vida - Crédito: Agência Brasil Apartamentos Minha Casa Minha Vida - Crédito: Agência Brasil

Até o fim de 2026, o governo pretende financiar 3 milhões de unidades do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), garante o ministro das Cidades, Jader Filho. Ele assegurou, em entrevistas, que não faltarão recursos para o programa habitacional.

São Carlos, que já garantiu a construção de 400 apartamentos da Faixa 1 do plano, poderá ser beneficiada com ainda mais moradias, movimentando todo o mercado imobiliário e gerando emprego e renda.

De acordo com a Secretaria Municipal de Habitação, a cidade também está inserida no Minha Casa, Minha Vida Entidades, que vai construir mais 240 apartamentos por meio da organização do MOHAS (Movimento Habitacional e Ação Social), que coordena o projeto residencial Tarsila do Amaral, com apoio da Prohab e recursos do Governo Federal. Para participar, é preciso que o interessado se associe à entidade e tenha renda familiar de até R$ 2.850,00, envolvendo participação ativa em assembleias e mutirões. As inscrições serão feitas diretamente com o MOHAS, na região do Jardim Novo Horizonte.

O presidente do CRECISP (Conselho Regional dos Corretores Imobiliários do Estado de São Paulo), José Augusto Viana Neto, afirma que a notícia é muito boa. “A construção de 3 milhões de moradias em um ano é algo fantástico, inédito e difícil até de se conseguir atingir essa meta. Acho humanamente impossível, pelas características de infraestrutura que o Brasil tem. Mas, se o governo está propondo, só a possibilidade de milhares de empregos e a geração de renda para tantas pessoas é algo altamente positivo.”

Ele destaca que toda a sociedade brasileira, como um todo, ganha com essa medida. É claro que a população de baixa renda, que terá acesso a esse programa do governo, será a beneficiária direta. Porém, toda a sociedade brasileira será agraciada com uma grande circulação de dinheiro. “Três milhões de moradias em um único ano é muita coisa”, ressalta Viana Neto.

Segundo o presidente do CRECISP, em todos os núcleos de construção desse projeto haverá um aquecimento do mercado imobiliário. “O Minha Casa, Minha Vida tem várias faixas de valor. Ele tem a primeira faixa, que é totalmente social, e tem a segunda, terceira e quarta faixas, que permitem a participação da sociedade privada nos projetos. E isso gera emprego e renda para muita gente. Num primeiro momento, os grandes beneficiados serão os empresários da construção civil e os incorporadores. Num segundo momento, as imobiliárias e os corretores, e o favorecido direto, que são 3 milhões de famílias que passarão a ter sua casa própria, o que é algo altamente positivo”, conclui Viana Neto.

RITMO ACELERADO – O ministro Jader Filho destacou que o programa deve terminar 2025 com cerca de 2 milhões de moradias com o financiamento contratado desde o início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. A contratação de 1 milhão de unidades no próximo ano, ressaltou, é apoiada por um cenário de disponibilidade financeira e aquecimento do setor da construção civil.

“Temos hoje a segurança para dar ao mercado de que não haverá falta de recursos no Minha Casa, Minha Vida. As pessoas podem contratar, as empresas podem acreditar no programa, que não terá nenhum tipo de soluço”, disse.

O ministro informou que há R$ 144,5 bilhões do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para 2026, dos quais R$ 125 bilhões são voltados à habitação popular. Também há R$ 5,5 bilhões do Orçamento destinados a cobrir os subsídios para a Faixa 1 urbana, ainda em análise no Congresso, e R$ 17 bilhões do fundo da Caixa Econômica Federal, também usados para custear os subsídios.

CORREÇÃO DAS FAIXAS DE RENDA – Jader anunciou que as faixas de renda do Minha Casa, Minha Vida serão atualizadas no início de 2026. A Faixa 1, atualmente limitada a famílias com renda de até R$ 2.850, deverá contemplar quem ganha aproximadamente dois salários mínimos.

Segundo o ministro, a mudança acompanha a evolução do mercado de trabalho e a necessidade de ampliar o alcance do programa para famílias que não conseguem acessar financiamentos no sistema tradicional.

IMPACTO NA ECONOMIA – O MCMV, destacou Jader Filho, vem exibindo forte ritmo de crescimento. Em novembro, foram registrados 80 mil novos financiamentos, acima da média mensal de 60 mil observada até outubro. Uma a cada três contratações tem sido direcionada à Faixa 1.

“O PIB [Produto Interno Bruto] da construção civil está puxando a economia brasileira, e quem está puxando a construção civil é o Minha Casa, Minha Vida. Em São Paulo, 67% dos lançamentos são do programa”, afirmou o ministro.

O governo projeta chegar ao fim de 2026 com média mensal de 80 mil contratações, sustentando o setor e estimulando a geração de empregos.

Além disso, Jader disse que o programa deve ampliar a oferta de unidades para a classe média, que hoje encontra menos opções no mercado. A meta é chegar a 10 mil contratações para esse segmento até 2026, ante as atuais 6 mil.

CALENDÁRIO ELEITORAL – Mesmo com as restrições impostas pelo calendário eleitoral, Jader garantiu que o ritmo de entregas não será afetado. Segundo ele, 60% das unidades previstas para 2026 ficarão prontas no primeiro semestre.

O próximo ano deve ser o mais robusto em entregas da atual gestão, com cerca de 40 mil unidades previstas. Antes do fim de 2025, o governo pretende entregar ao menos 2 mil moradias em diferentes regiões do país. O prazo médio entre a contratação do financiamento e a conclusão das obras, ressaltou o Ministério das Cidades, está entre 18 e 22 meses.

O ministro confirmou que deixará o cargo até março de 2026 para concorrer a uma vaga de deputado federal pelo Pará. Ele afirmou que a equipe do ministério está preparada para garantir a continuidade do programa durante o período eleitoral.

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